Mercosul e América Central podem ter livre comércio, proporá Brasil

. Em entrevista exclusiva à TV Nacional, do sistema Radiobrás, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que oferecerá um acordo de livre comércio entre as duas regiões, paralelamente à negociação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

“Se eventualmente eles quiserem, poderemos fazer por eles muito mais do que poderíamos fazer na Alca, onde o que for acertado tem de ser estendido aos Estados Unidos e ao Canadá, que são muito mais desenvolvidos do que eles e do que nós”, afirmou o chanceler brasileiro.

Amorim admitiu que, num eventual acordo entre o Mercosul e o Sistema de Integração Centro-americana (Sica), o Brasil poderia ser “mais generoso” em suas concessões para fortalecer a integração latino-americana, que Amorim lembrou ser um preceito constitucional.

Negociação

Apesar da proposta, o ministro negou que o acordo poderia enfraquecer a Alca destacando que as alianças regionais são processos paralelos. “A negociação de livre comércio entre o Mercosul e a Comunidade Andina (finalizada em dezembro) se fez ao mesmo tempo em que alguns dos países envolvidos firmavam acordos bilaterais com os Estados Unidos e que dávamos andamento à negociação da Alca”, exemplificou Celso Amorim.

O ministro contou ter percebido "grande interesse” em alguns dos países que se separaram do G20 em voltarem a negociar dentro do bloco. Liderado pelo Brasil, o G20 pede regras mais justas de exportações e importações no âmbito da Organização Mundial de Comércio (OMC).

“Quanto mais pudermos somar forças, melhor será a negociação na OMC para nós e para eles. Se esse esforço tivesse sido feito no passado, talvez a própria Alca estaria mais adiantada e mais de acordo com os interesses de ambos”, avaliou o ministro, falando por telefone da Guatemala.

Como o Brasil e Estados Unidos são co-presidentes da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), o chanceler brasileiro se propôs a atualizar os colegas centro-americanos sobre o andamento das negociações do bloco, cujo prazo para formação é janeiro de 2005. Amorim volta ao Brasil às 19h (horário de Brasília), depois da reunião com os chanceleres da América Central e com os embaixadores do Mercosul na região.

PT

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