Olé! Olé! Vale, Maduro!

24 horas depois de José Luis Zapatero ter dado a ordem para o retorno do contingente espanhol do Iraque, fazendo eco à vontade do povo espanhol, Presidente Ricardo Maduro das Honduras segue, pedindo que regressem seus 370 tropas “no mais curto espaço de tempo possivel”.

O contingente das Honduras está estacionado com os espanhóis, entre o contingente britânico no sul e os norte-americanos no centro do Iraque. Este é um acto de grande coragem e integridade política pelo presidente das Honduras, que segue Zapatero em reflectir a vontade do seu povo e não as órdens e sentenças de Washington, que gosta de usar chantagem para esforçar outros países a lutar as suas guerras, ou de criar uma base de coligação tão larga quanto possível, para mascarar o facto que a guerra no Iraque viola o direito internacional, viola a Carta da ONU, viola a Convenção de Genebra e viola cada e todas as fibras de normas diplomáticas correntes.

Presidente Bush não desperdiçou tempo em reagir, passando um raspanete a Zapatero ontem num telefonema que durou cinco minutos, em que insinuou que a Espanha estava a tomar uma decisão precipitada e que estava a favorecer os terroristas. Mas...quem são os terroristas?

O Iraque teve qualquer coisa a ver com o 9/11? Não. O Iraque atacou os EUA? Não. O Iraque tinha armas de destruição massiva? Não. O Iraque constituia uma ameaça séria aos EUA? Não. Os EUA atacaram o Iraque? Sim. As forças armadas dos EUA assassinaram milhares de civis? Sim. As forças armadas dos EUA utilizaram bombas de fragmentação em áreas civis? Sim. As forças armadas dos EUA deitaram toneladas de urânio empobrecido em áreas civis? Sim. As forças armadas dos EUA escolheram como alvos infra-estruturas civis? Sim. Os EUA tiveram a autoridade do CS da ONU para atacar o Iraque? Não. Os EUA consultaram o CS da ONU ou seus parceiros na comunidade internacional? Não.

Quem, então, são os terroristas e quem, então, está a perpetrar actos de terrorismo?

Espanha e as Honduras estão firmes na face de grande pressão política, diplomática e económica. As acções de Zapatero e Maduro não passarão despercebidas em Washington, e eles sabem-no. Contudo, estes dois grandes homens têm a fibra e a coragem para estarem firmes com as suas convicções, traçar a linha entre o que entendem por certo e errado, entre o bem e o mal, e seguem a vontade do seu povo, que os elegeu. É isso a Liderança com L grande, é isso a Política com P grande, é isso ser um Homem de Estado, com letras grandes.

Isso se chama democracia, algo em que Bush, seu regime e seus sicofantas gostam de falar, mas que não practicam nem nunca irão practicar. Basicamente, querem lá saber de democracia ou a vontade do seu povo ou a vontade de qualquer outro povo. Não são governos, nem “administrações”. Em Washington, há um regime que serve expressa e unicamente para favorecer os interesses da elite corporativa que rodeia a Casa Branca e o Pentágono e na mão cheia de cobardes que saltam quantos metros Washington pedir, servem para agradar seu amo.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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