A História não perdoa

A História não perdoa
Martinho Lutero foi um feroz antissemita e no seu tratado Sobre Judeus e suas Mentiras ( Von den Juden und Ihren Lugen) defendeu as perseguições aos judeus, a destruição dos seus bens religiosos e o confisco do seu dinheiro, usando uma linguagem tão agressiva que não faltava o qualificativo de "vermes venenosos" para os judeus.


Não é atoa que historiadores enxerguem a sua influência na ideologia nazista.
Hitler colocava Lutero, ao lado de Frederico o Grande e Richard Wagner, no livro Mein Kampf, como as três figuras mais importantes da Alemanha.


No seu julgamento em Nuremberg, Julius Streicher, que foi o editor do jornal nazista, Der Sturmer, disse que não havia dito nada que Lutero não teria dito há 400 anos.
Desde os anos 1980, alguns órgãos da Igreja Luterana formalmente denunciaram e dissociaram-se dos escritos de Lutero sobre os judeus.


Em Novembro de 1998, nos 60 anos do Kristallnacht, ( ataques a lojas de judeus e sinagogas nas noites de 9 e 10 de novembro de 1938, em toda a Alemanha) a Igreja Luterana da Baviera reafirmou a importância teológica de Lutero,mas disse que era preciso se distanciar de cada uma das sua expressões antissemitas.


Marino Boeira é jornalista, formado em História pela UFRGS

 

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