O Conselho Governativo do Iraque (CGI) assinou hoje um documento impondo uma nova Constituição sobre os cidadãos do Iraque, preparando o caminho para uma entrega de poderes em 13 de Junho, só que esta Constituição é tão controversa que só pode causar tensões.
Nem o CGI nem a Constituição têm a bênção do povo iraquiano, pois não foi consultado. O CGI foi nomeado de forma arbitrária pelo administrador dos EUA, Paul Bremer. Não foi eleito.
Quanto ao conteudo desta Constituição, é tão controverso que a CGI teve de adiar a ceremónia de assinar o documento por causa das múltiplas discussões ferozes entre os membros deste organismo sobre assuntos chave, tais como o papel do Islão no futuro do Iraque, os direitos das mulheres, a questão Curda e a partilha de poder da comunidade Xiita. Sobre estas questões, não só os membros do CGI mas também a população iraquiana são profundamente divididos, como Washington agora descobre.
Sendo uma Constituição temporária, pode ser ratificada ou não pela Assembleia Nacional (Parlamento) depois da entrega de poder pelas forças militares que ocupam o Iraque. Sendo este o caso, por quê razão impor uma Constituição elaborada por um organismo que não foi eleito democráticamente, que tem problemas em concordar sobre seu conteudo, em vez de esperar para a eleição dum organismo por via democrática, para que este elabore e apresente uma Constituição definitiva para a população aceitar ou rejeitar?
Quanto mais arrogante poderá Washington ficar e quantos mais problemas quer criar no Iraque este regime de Bush?
Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru
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