"Cuba participa da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, graças a uma ampla representação que poderá ilustrar tudo o que país faz nesse setor", afirmou o presidente da Assembléia Nacional do Poder Popular (Parlamento) e chefe da delegação cubana no evento, Ricardo Alarcón de Quesada.
"Acho que esta vai ser uma chance para transmitir nossas experiências a outros países. Trata-se de um setor em que as nações do Terceiro Mundo têm que fazer um esforço enorme, particularmente complexo, visto que esta esfera é dominada, desde o início, pelos grandes poderosos, nomeadamente pelos Estados Unidos, que é onde surgiu". O líder cubano manifestou que Cuba tem algo a mostrar, conseguido sob condições dificílimas.
Disse que "travamos uma grande batalha, pois parte da guerra econômica contra Cuba atingiu também este domínio, em que foi preciso multiplicarmos o esforço para entrar nele".
Alarcón sublinhou que o país se inseriu neste setor, "até com avanços que não possuem os países desenvolvidos".
Assinalou que a desigualdade digital não só existe entre os países ricos e pobres, mas também no âmago das sociedades das nações desenvolvidas. "A maioria das pessoas nem viaja nem tem computador nem se beneficia das vantagens que estas novas tecnologias oferecem", afirmou.
"No que diz respeito a Cuba, estamos desenvolvendo alguns projetos que se caracterizam pela incorporação de toda a população, de todo o conjunto da sociedade, de crianças e jovens. É um conceito completamente diferente, algo que constitui uma lição para outros países, mesmo os mais avançados", explicou.
Em sua opinião, há muita miragem na sociedade da informação, já que há centenas de milhões de analfabetos no mundo e pouco importa a existência de uma tecnologia, se uma pessoa nem sabe escrever seu nome.
Comentou que, além do mais, há bilhões de pessoas sem eletricidade e a tecnologia, sob essas condições, tampouco pode ser usada. A chamada desigualdade digital, em vez de se reduzir, aumenta, uma vez que não pode ser eliminada a diferença entre ricos e pobres.
Lembrou que "nesta cidade foi onde um dos pensadores mais importantes do Ocidente assinalou isso há dois séculos e meio: Jean-Jacques Rousseau."
O presidente do Parlamento cubano considerou que "estamos numa conferência internacional que tem muito a ver com o grande debate do mundo de hoje e nele se examina o futuro da humanidade, se vamos ter futuro, se vai existir uma sociedade mais racional e equilibrada".
"O que Cuba tem feito e está fazendo, apesar de o imperialismo concentrar contra ela toda sua agressividade e raiva que monopoliza em boa medida todas estas tecnologias é superior ao que tem feito o mundo e isso quer dizer que é preciso ver tudo com otimismo, pois, em última instância, a luta das pessoas, a ação dos povos é que decide."
Alarcón afirmou que o importante são os resultados em termos da Declaração e do Programa de Ação e, fundamentalmente, nos compromissos. Disse, aliás, que, ao que parece, está se preparando um texto que vai ser aceito.
Expressou que parece haver um ressurgimento do concerto na área deste evento, ressurgimento do espírito unitário dos países subdesenvolvidos e, é lógico, porque neste setor, se não conseguirmos a cooperação internacional, não haverá saída para muitas nações.
Alarcón foi recebido no aeroporto internacional de Genebra pelo ministro da Informática e das Comunicações, Ignacio González Planas, bem como pelo embaixador nos organismos internacionais, Iván Mora, e pela embaixadora cubana na Suíça, Teresita Vicente.
Fonte: Granma Diário Vermelho
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