O autor, James Hatfield, foi ameaçado por dois conselheiros próximos do presidente perante testemunhas e, pouco depois, foi encontrado morto num motel. A polícia afirma que se suicidou. Sua família considera que ele foi assassinado. Este documento excepcional foi traduzido para o francês e publicado na Suíça.
A notícia abaixo foi publicada pelo Réseau Voltaire com base nas informações do livro. Em Setembro de 1999, ou seja, em plena campanha eleitoral nos Estados Unidos, a St. Martin Press publicava uma biografia pormenorizada do candidato George W. Bush. O autor, que havia realizado um trabalho de formiga, não ignorava nada da família Bush e do seu júnior. Na sua investigação ele beneficiara-se da ajuda de Karl Rove (atual secretário-geral da Casa Branca) que acreditava estar ajudando na redação de uma biografia favorável. A obra, intitulada Fortunate Son, G. W. Bush and the Making of an American President , ganhou imediatamente a primeira página dos jornais, foi escolhida como best-seller pelo New York Times e despertou uma intensa polêmica.
Trata-se de um documento exaustivo sobre o homem, sua família e o seu círculo, seus negócios e sua carreira política, seus disfarces e o financiamento das suas campanhas eleitorais. Apesar de estar escrito num tom comedido e se esforçar por compreender a personalidade de George W. Bush, apresenta uma visão terrificante da via pública dos Estados Unidos. Entretanto, deste imponente trabalho, não se reteve senão uma passagem secundária mas sensível: o candidato Bush fora preso por detenção de cocaína, em 1972. Ora, segundo as leis locais, este delito lhe teria devido valer uma privação dos direitos cívicos, ele não teria podido ter o direito de se apresentar ao governo do Texas e à presidência dos Estados Unidos.
Na realidade, foram muitos outros pormenores que provocaram a cólera dos Bush. Nomeadamente uma passagem relativa à sociedade Arbusto (tornada posteriormente Harken Energy) de que George W. foi diretor. Ali se aprende que, pela intermediação de um testa de ferro, esta sociedade era propriedade de um certo Salem Ben Laden, irmão mais velho de Ussama. Mas naquela época a imprensa não compreendeu a importância desta informação. Seja como for, a família Bush enfurece-se contra o livro e o seu autor. A família revela os erros da juventude deste último, que o levaram à prisão, e empenha-se em desacreditá-lo. Simultaneamente, exerce fortes pressões sobre o editor até conseguir a retirada e a destruição dos quase 100 mil exemplares disponíveis. James Hatfield recupera seus direitos sobre o livro e fê-lo reeditar por um pequeno editor, a Soft Skull Press, no momento em que George W. acabava de se instalar na Casa Branca. Karl Rove (secretário-geral de Casa Branca) e Clay Johnson III (na época assistente pessoal do presidente) iniciaram um processo de difamação e obtiveram a retirada preventiva do livro. Na sentença definitiva, a venda foi autorizada, sem cortes, mas após a retirada do prefácio original. Tendo fracassado nas suas diligências, Rove e Johnson ameaçaram Hatfield, diante de testemunha, de liquidar a ele e a toda a sua família se insistissem em divulgar a sua obra. Ele foi encontrado morto pouco depois, num motel. A polícia assevera que se suicidou, ao passo que a sua família afirma que foi assassinado. Este documento excepcional foi traduzido em francês e publicado na Suíça pelas Éditions Timéli , dirigidas por Sandro Cruz, administrador do Réseau Voltaire e diretor do sítio web RedVoltaire.net . Jean Ziegler e Thierry Meyssan prefaciaram o livro. Seth Tobocman, o caricaturista do Village Voice, ilustrou-o. Sander Hicks, Robert-James Parsons, David Cogswell e Federico Fasano Mertens enriqueceram-no com introduções e posfácio. Apresentado a 10 de Outubro no Clube de Imprensa de Genebra, sob o título Le Cartel Bush ou l'itinéraire d'un fils privilégié, o livro foi distribuído apenas nas livrarias da Suíça. Também pode ser encomendado online. Fonte: Resistir
Diário Vermelho
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