Por ANTONIO CARLOS LACERDA
BRASILIA/BRASIL - No Brasil, o Congresso Nacional está discutindo a criação de mais 11 unidades na Federação. O Pará, que já foi um dos maiores estados brasileiros e perdeu parte do seu território para criar o novato Tocantins, poderá ser dividido, mais uma vez, agora em três novas unidades da Federação.
A Câmara dos Deputados aprovou a realização de um plebiscito no Estado do Pará, onde a população vai decidir se concorda com a criação de dois novos Estados: o do Carajás e o do Tapajós. Mas a mudança no mapa do Brasil não para por aí.
O Congresso Nacional tem propostas para criar 11 unidades da Federação, sendo sete Estados e quatro Territórios. E, se forem aprovadas, o Brasil passará de 26 para 33 Estados e criará quatro territórios.
O Norte seria a região brasileira que teria a maior mudança em sua geografia. Além da divisão do Estado do Pará em três, passaria a ter os territórios de Rio Negro, Solimões, Juruá e Oiapoque.
O Nordeste passaria a ter o Estado do Maranhão do Sul, o da Gurgueia (desmembramento do Piauí) e o do Rio São Francisco (separação de parte da Bahia).
Já no Centro-Oeste, o Estado do Mato Grosso poderá ser divido em Mato Grosso do Norte e Araguaia.
Os movimentos de separação já têm mais de 20 anos. Durante as discussões para elaboração da Constituição de 1988, regiões manifestaram interesse em se tornarem independentes. Uma delas é o atual Tocantins, que pertencia à Goiás.
Na constituinte surgiram várias propostas de divisão do território nacional. Praticamente em todas as regiões surgiram movimentos com essa perspectiva. Isso, pode ser explicado em função de que a matéria foi colocada em segundo plano durante todo o regime militar, que criou o Estado do Mato Grosso do Sul e a Guanabara ao Rio de Janeiro, mas sem tratar o tema em nível nacional.
Ainda na ditadura ocorreu uma modificação substancial no povoamento e nas formas de uso do território brasileiro, com o processo de modernização do país, com o surgimento de novas fronteiras de povoamento, novas cidades e também novos pólos de poder. Muitas dessas fronteiras, principalmente na região Norte, foram estimuladas pelo governo. Só no Pará, surgiram mais de 70 cidades durante a ditadura militar.
ANTONIO CARLOS LACERDA é Correspondente Internacional do PRAVDA.RU
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