Ventos democráticos no Oriente Médio

Os ventos, bons ventos, dos ares democráticos estão instalando-se nos países árabes, finalmente.

14566.jpegPouco a pouco vai caindo a velha ditadura, que tanto mal faz ao povo.  Citar exemplos seria insistir no óbvio e cansar o leitor. Assim é que o Egito foi tomado pela idéia da democracia, o que não é coisa nova naquele país, onde o regime livre já imperou.

De nada adiantou a Moubarak fechar a internet e os sinais de radiotelefonia móvel, nos celulares.  O povo conseguiu organizar-se e vai derrubar o tirano, que prevendo a queda já retirou a família do país.

É ótimo sinal, a mobilização popular, com ou sem armas, para uma vez mais instaurar a democracia perdida desde o assassinato de Sadat.  Nada adiantou, igualmente, a ordem de cortar o transporte público para evitar grandes manifestações.  Fotos idôneas não mentem, como a que ilustra a crônica.  Barrar multidão como esta, só usando muita bomba, lançada de aviões.  O fato colocaria Moubarak como genocida, o que autorizaria qualquer um matar ou prender o ditador.

O atual mundo não comporta estes regimes.  O próprio presidencialista só funciona nos Estados Unidos, à duras penas.  O presidente tem que estar em diálogo e negócios constantes com o legislativo, sempre de boca escancarada.

A luta, por enquanto desarmada, vai correndo.  Não será possível barrar o povo.

É preciso democratizar o mundo árabe, que já foi um dos grandes patrimônios da humanidade.

imagem: concentração, Cairo/G1

Jorge Cortás Sader Filho é escritor

 

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