Deputados britânicos condenam morte de adolescente no Sahara Ocidental ocupado por Marrocos
O jovem de 14 anos, ELGARHI NAYEM FOIDAL MOHAMED SUEIDI,
morto a tiro pelo exército marroquino na tarde do passado Domingo
Deputados da Câmara dos Comuns («MPs») condenaram a morte de um adolescente num ataque perpetrado pelas forças marroquinas que abriram fogo contra civis saharauis.
Os deputados da Câmara dos Comuns condenaram o tiroteio de Domingo à noite, no qual foi morto um rapaz Saharaui de 14 anos e foram feridos vários outros pelas Forças de Segurança Marroquinas que cercam o acampamento de protesto Gdeim Izik no Sahara Ocidental ocupado por Marrocos.
Hoje mesmo, uma delegação de deputados da Câmara dos Comuns e da Câmara dos Lordes vai discutir as suas preocupações com esta situação no Sahara Ocidental com o Ministro dos Negócios Estrangeiros Alistair Burt.
Um dos deputados do grupo da Câmara dos Comuns, Jonathan Evans, disse esta manhã:
«Esta morte é uma tragédia, mas teme-se que isto seja só o princípio. O governo do Reino Unido pode ajudar, levantando urgentemente a questão junto das autoridades marroquinas, a fim de garantir a segurança daqueles que protestam pacificamente contra a ocupação do Sahara Ocidental por Marrocos».
Jeremy Corbyn, deputado da Câmara dos Comuns e Presidente do Grupo Parlamentar de Todos os Partidos para o Sahara Ocidental («MP Chair of the All Party Parliamentary Group on Western Sahara») disse:
«Isto é uma tragédia e uma vergonha e na reunião que vou ter hoje mais tarde com o Ministro dos Negócios Estrangeiros vou pedir que o governo do Reino Unido faça as exigências mais firmes possíveis aos marroquinos não só no sentido de permitirem a passagem em segurança, mas também no sentido de porem fim ao impasse político, permitindo que o povo do Sahara Ocidental escolha livremente, para decidirem o futuro da sua própria terra».
O deputado da Câmara dos Comuns Mark Williams disse:
«Vou pôr esta questão ao Ministro. Não podemos continuar a ignorar a brutalidade das autoridades marroquinas contra aqueles que, de forma pacífica, se manifestam pelo seu direito à independência. O primeiro passo consiste em que o Conselho de Segurança implemente uma vigilância contínua dos direitos humanos no Sahara Ocidental».
As tensões no Sahara Ocidental ocupado por Marrocos desde 1975 têm vindo a crescer ao longo do último ano. Apesar da deterioração da situação em matéria de direitos humanos, o Conselho de Segurança não conseguiu implementar a vigilância dos direitos humanos, em Abril do corrente ano, de forma a avaliar a extensão das violações dos direitos humanos. A MINURSO, a Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental é, actualmente, a única missão de manutenção de paz sem um mandato para vigiar os direitos humanos. Organizações de direitos humanos, incluindo a Amnistia Internacional e a «Human Rights Watch», têm repetidamente exigido que seja corrigida esta situação.
O Sahara Ocidental é o único país em África que nunca viu concluído o seu processo de descolonização, pelo que é designado como um «Território Não Autónomo» ao abrigo da Carta das Nações Unidas. Está sob a ocupação de Marrocos desde 1975 com, aproximadamente, 165.000 refugiados do conflito a continuar a viver em campos de refugiados no Sudoeste da Argélia.
O cessar-fogo de 1991, sob os auspícios das Nações Unidas, foi baseado na condição de ser feito um referendo no qual o povo do Sahara Ocidental escolhesse entre a independência ou a integração em Marrocos. No entanto, Marrocos pelas dificuldades e oposições sistemáticas que coloca ao processo, tem conseguido que o referendo nunca tenha sido realizado.
Associação de Amizade Portugal Sahara Ocidental
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