Japão: Massacre de golfinhos repete-se

É assim todos os anos. No início do nono mês do ano, na baia de Taiji, na ilha japonesa de Honshu, milhares de golfinhos indefesos e encurralados são chacinados sem qualquer tipo de clemência por pescadores sedentos de sangue, movidos por um inexplicável sentimento de vingança.


Tudo começa com a chegada à costa de cardumes de peixes, em quantidade extraordinária. Naturalmente, vêm no seu encalço grandes grupos de golfinhos, caindo numa cilada desde há muito preparada pelos pescadores locais. Dentro da armadilha são mortos da forma mais cruel possível, a golpes de arpão, de faca ou de quaisquer outros objectos cortantes. Grande parte dos animais não tem uma morte imediata, apesar de estarem gravemente feridos, pelo que ficam a agonizar durante longos períodos até ao desfecho final. A água tinge-se de vermelho pelo sangue derramado pelos mamíferos marinhos, numa imagem de horror, que já várias vezes correu o mundo, mas que parece não tocar a sensibilidade dos habitantes locais, que vêm este acontecimento como um espectáculo e um acontecimento local.


Os golfinhos são vistos pelos pescadores como um problema, já que são considerados verdadeiros ladrões de peixe e, por outro lado, a sua carne acaba por ter alguma rentabilidade nos mercados locais.


Já várias entidades e organizações tentaram demonstrar a utilidade dos golfinhos, que não são um problema, mas são um bom indicador da qualidade das águas, ou dos lugares onde se encontram os cardumes de peixes, mas são poucos aqueles que se afastaram desta prática. Alguns destes tentam agora, eles próprios, converter outros pescadores, mas a maioria permanece indiferente a qualquer tipo de argumento, e o massacre repete-se a cada ano, com a chegada dos cardumes às costas da ilha.


Este ano voltou a acontecer…

Walter Caetano Costa

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