Espanha abre processo contra dois assassinos acusados de genocídio

Extraditados do México no Domingo, Ricardo Cavallo, oficial da Marinha argentina na reserva e o antigo capitão da marinha, Adolfo Scilingo, aguardam nas celas da sua prisão em Madrid a decisão dos tribunais espanhóis. São acusados de uma série de crimes, desde terrorismo a genocídio. Os activistas referem ao caso como um ponto de viragem nos direitos humanos, visto que esses duas figuras, líderes dos militares da guerra suja em Argentina que deixou 30,000 desaparecidos ou mortos, poderão ser sentenciados à prisão perpétua.

Cavallo foi preso em México em 2000, depois de Ter sido extraditado dos Estados Unidos da América, onde vivia sob uma identidade falsa. Acusado pelos seus vítimas de fazer tortura na Escola de Mecânica Naval em Buenos Aires, Cavallo tinha o poder de vida e morte sobre os detidos neste campo de concentração.

Manifestantes argentinos em Madrid deram as boas-vindas a Cavallo com a frase “assassino”. Cavallo não pode ser processado em Argentina devido a uma amnistia decretado nos anos 1980. Contudo, há muitas pessoas que querem que esta lei seja eliminada e que os responsáveis pela tortura e assassino dos cidadãos enfrentem a justiça.

Outro assassino em Madrid à espera de ser sentenciado é Alfonso Schilingo, antigo capitão da Marinha responsável pelos “vôos de morte”, em que milhares de argentinos foram encontrados mortos no Oceano Atlântico. No seu livro “A fuga”, Schilingo admite “Eram inconscientes. Tirámos as suas roupas e quando o comandante do voo deu a ordem, abrimos a porta e atirámo-los para o mar, um por um”. Sem dúvida, uma das cenas mais macabras da guerra suja.

De acordo com as confissões de Schilingo, entre 15 e 20 prisioneiros foram atraídos ao aeroporto todas as quartas-feiras e depois foram atirados para o mar duma altura de 13,000 pés de altitude, drogadas mas vivas.

O juiz que vai presidir é Baltasar Garzón, que tentou sem sucesso processar o antigo ditador Augusto Pinochet, do Chile. Os abusos de direitos humanos são crimes contra a humanidade.

Hernan Etchaleco PRAVDA.Ru BUENOS AIRES ARGENTINA

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