Cuba: Guerra contra o Iraque foi pretexto para hegemonia geo-político dos EUA

Segue o texto na íntegra da entrevista entre Reinaldo Calviac Lafferté e Timothy Bancroft-Hinchey, da Pravda.Ru

PRAVDA.Ru: O quê é que aconteceu de facto no Iraque?

“Acho que o que aconteceu em torno do Iraque foi algo bastante grave e provocante para toda a humanidade. Acho que o mundo está viver um momento de muita incerteza e de muita insegurança porque pilares básicos da civilização humana estão a atravessar uma grande crise em todos os sentidos.

Por um lado, os conceitos de soberania e independência praticamente estão a tornar-se numa ficção e os valores importantes da civilização humana como a verdade, e ética, que deviam ser atributos em todos os homens, praticamente estão a desaparecer no cenário internacional.

O mundo está realmente a encarar uma situação onde a única super-potência mundial não admite nada fora do seu domínio e procura por todos os meios manter essa dominação sobre o resto das nações do mundo.

A situação é como aquela que existia antes da Segunda Guerra Mundial quando a Liga das Nações desapareceu e portanto a lei que prevaleceu foi a lei do mais forte. A ONU que foi resultado precisamente da Segunda Guerra Mundial, quando a humanidade sentiu que um conflito que custou 50 milhões de seres humanos não devia voltar a acontecer, está praticamente ameaçado como organização de se tornar inútil, enquanto há uma potência que interessa mais a ele e não da ONU.

Por trás da intervenção do Iraque há propostas escuras. Especialistas em todo o mundo e inclusivamente nos Estados Unidos da América afirmam que o Iraque não foi uma ameaça nem para os Estados Unidos, nem para os seus aliados, o que houve por trás um interesse geo-estratégico norte-americano para consolidar e dominar toda a região do Médio Oriente não só por causa do petróleo, que é um interesse importante, mas sobre tudo para ter o domínio de toda a região, que é a região mais importante como produtora de petróleo no mundo e a partir desse domínio, tem um controlo ainda maior sobre o desenvolvimento da economia mundial. Um resultado desta situação seria portanto, a Europa tornar-se dependente da política dos Estados Unidos no que diz respeito ao fornecimento de petróleo.

Esta intervenção também consolida as posições mais reaccionárias no Israel e por outro lado os EUA tende a fixar bases militares ainda maiores, porque estando nesta região, está perto da Rússia e da China.

Essa guerra foi desnecessário e foi injustificável. Se centenas de milhares de crianças de iraquianas morreram de doenças antes da guerra, se o país estava a ser bombardeado dia após dia durante anos, nunca estava numa posição de desenvolver armamento que constituísse uma ameaça aos Estados Unidos”.

PRAVDA.Ru

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