Reunido em sessão extraordinária o Parlamento do Kosovo a provou ontem, por unanimidade, uma declaração de independência daquele território relativamente à Sérvia, segundo Jornal de Noticias.
A declaração, lida pelo primeiro-ministro Hashim Thaçi, diz que o Kosovo será um Estado democrático, com respeito pelos direitos de todas as comunidades étnicas.
Admite-se que os Estados Unidos da América (EUA) e vários estados da União Europeia reconheçam hoje a independência daquela província sérvia. Segundo os jornalistas estrangeiros em Pristina, capital do Kosovo, as posições dos países europeus deverão ser conhecidas hoje, depois da reunião, em Bruxelas, dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 estados-membros da União Europeia (UE).
Ontem, apenas a Albânia tinha reconhecido a independência do Kosovo.
"A Sérvia jamais reconhecerá a independência do Kosovo", declarou ontem em comunicado o presidente sérvio, Boris Tadic, após o Parlamento kosovar ter votado e aprovado por unanimidade e aclamação a proclamação de independência desta província do Sul da Sérvia.
"A Sérvia reagiu e reagirá por todos os meios pacíficos, diplomáticos e legais, para anular este acto cometido pelas instituições do Kosovo", declarou Boris Tadic.
"Para os cidadãos da Sérvia, para a Sérvia, não há e não haverá nunca o Estado fantoche do Kosovo no seu território", declarou também o primeiro-ministro nacionalista sérvio, Vojislav Kostunica, acusando os EUA de terem imposto os seus interesses naquela província, e criticando a UE por se ter rebaixado a Washington. Kostunica adiantou que a Sérvia vai lutar, "sem o recurso à força", para recuperar o Kosovo.
Ameaça de bloqueio
A Sérvia admite poder vir a bloquear as suas relações diplomáticas com os países que vierem a reconhecer a independência do Kosovo, sobretudo os EUA e os membros da UE, conforme ameaçou o presidente Boris Tadic, na sexta-feira passada, ao ser reempossado em funções.
A Rússia, que apoia fortemente a Sérvia, exigiu que a missão da ONU e as forças da OTAN presentes no Kosovo "intervenham imediatamente de acordo com o seu mandato (...), incluindo a anulação" da declaração unilateral da independência.
Na sequência desta posição, a Rússia pediu ontem uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU, que começou às 15 horas (20 horas em Portugal).
O representante permanente da Rússia junto da OTAN, Dmitri Rogozin, defendeu também - falando à rádio "Eco de Moscovo" - que a Rússia deve apostar na "força militar dura", para defender os seus interesses, no caso de haver regiões que declarem unilateralmente a independência, conforme aconteceu no Kosovo.
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter