Estão programados ainda 275 eventos paralelos. São esperadas cinco mil pessoas, de 187 países, e pelo menos 100 ministros de meio ambiente. Os eventos, que prosseguem até o dia 31 de março, serão no Expotrade Convention Center.
A ONU enviará número recorde de pessoas para um evento internacional da área de meio ambiente: a delegação terá 300 integrantes com presença já confirmada.
O secretário de Meio Ambiente do PT, Fernando Ferro, participará dos eventos. De acordo com Ferro, é necessário garantir e trabalhar para construir políticas que respondam às ameaças da nossa diversidade biológica.
"São necessários também investimentos em tecnologia para apoiar o bem-estar humano, a produção de alimentos, a capacidade de extrair da natureza elementos que permitam a continuidade da vida, a boa gestão dos recursos naturais e hídricos", afirma.
A dimensão dos eventos, segundo o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, também explicita a responsabilidade do Brasil.
Além de ser o país sede dos encontros, o Brasil assumirá a presidência da Convenção sobre Diversidade Biológica pelos próximos dois anos. Segundo Capobianco, a missão do país é ajudar a colocar em prática as deliberações, normas e orientações que foram tomadas pela Convenção até agora.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou que a implementação é sempre o grande impasse dos acordos internacionais.
Ela disse que o Brasil irá liderar um movimento pela implementação das decisões da Convenção, mostrando ao mundo exemplos positivos de proteção e uso sustentável dos recursos naturais. Entre eles, a criação de 8,2 milhões de hectares de Unidades de Conservação em áreas consideradas de conflito, e a redução do desmatamento na Amazônia.
Segundo a ministra, 50% do Produto Interno Bruto do Brasil são oriundos do uso da biodiversidade, o que torna o desafio de protegê-la ainda maior.
O coordenador do Núcleo Agrário da bancada do PT na Câmara, deputado Assis Miguel do Couto (PT-PR), deverá participar de algumas atividades.
Ele destacou a importância de setores ligados à agricultura brasileira manifestarem suas posições acerca do Protocolo de Cartagena, que, entre outras prerrogativas, quer criar regras mais restritas para o comércio de transgênicos entre seus signatários.
Ele lembrou que em março do ano passado o Brasil aprovou a sua Lei de Biossegurança, que carrega a prerrogativa de estabelecer normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam Organismos Geneticamente Modificados.
Manifestação Vítimas da fumigação de agrotóxicos vão aproveitar a Cúpula da Biodiversidade para denunciarem suas realidades. Sofia Gatica, representante do grupo de Mães de Ituzaingó, um bairro rodeado por soja transgênica, na cidade de Córdoba, Argentina, contará que a fumigação indiscriminada dos campos de soja tem provocado desastrosos resultados na saúde do bairro.
Ituzaingó tem uma população de 5.000 pessoas, dos quais mais de 400 estão com câncer e já foi detectado inumeráveis casos de doenças sangüíneas, como leucemia, lupus e anemias hemolíticas.
Sofia faz parte do Grupo de Reflexão Rural, que, junto aa outras organizações, está coordenando uma delegação de vítimas dos agronegócios para denunciar os impactos sócio-ambientais do modelo agro-exportador mundial, baseado nos monocultivos de transgênicos.
PT
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