Brasileiros participam em eleição italiana

Pela primeira vez, italianos e brasileiros com cidadania italiana vão poder eleger, pelo correio, representantes próprios residentes na América do Sul. As eleições naquele país ocorrem no dia 9 de abril. Nesta quinta-feira (16), dois dos candidatos a deputados da coalizão de centro-esquerda italiana, apoiada pelo PT, visitaram a Executiva do partido, em São Paulo.

Fabio Porta, do partido Democráticos de Esquerda, e Arduino Monti, da Refundação Comunista, falaram aos membros da Executiva do PT sobre as eleições italianas e sobre a importância de ampliar os votos da esquerda no parlamento italiano, derrotando a coligação de direita, cujo expoente máximo é o polêmico primeiro-ministro Silvio Berlusconi. Porta mora em São Paulo e Monti, no Rio de Janeiro. Os partidos que representam têm acordos de intercâmbio com o PT.

Segundo o secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar, o partido irá ajudar a informar a população brasileira sobre a possibilidade de votar nas eleições italianas, divulgando apoio aos candidatos dos partidos com os quais o PT tem relação. Para isso, será promovido um jantar dos candidatos com os parlamentares brasileiros, em Brasília. Além disso, serão feitas reuniões de apoio nos Estados em que há número expressivo de italianos e descendentes, como São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Eleições

As eleições que renovarão a Câmara dos Deputados e o Senado da Itália acontecerão no mundo inteiro. Para o colégio eleitoral da América do Sul, os votantes — que totalizam 885.673 no continente — escolherão 3 deputados e 2 senadores. Somente no Brasil, são 200.000 o número de eleitores aptos a votar.

Segundo os candidatos, principalmente no Senado os votos dos residentes no exterior podem decidir quem será o primeiro ministro da Itália.

Os deputados e senadores eleitos pelos residentes no exterior participarão, com os mesmos direitos daqueles eleitos na Itália, dos trabalhos no Congresso.

O eleitorado está basicamente dividido entre duas grandes coligações: a Unione e a CDL (Casa delle Libertá).

A Unione, que apóia Romano Prodi como candidato a primeiro-ministro, reúne os partidos de centro-esquerda, enquanto a CDL, liderada por Berlusconi, reúne os partidos de centro-direita. Prodi foi presidente da Comissão Européia e hoje é chefe da oposição.

“A Unione chega na competição eleitoral com boas possibilidades de vitória, principalmente na Câmara dos Deputados, com um eleitorado cansado de ver no próprio país a estagnação da economia, o elevado nível de desemprego que continua atingindo principalmente os jovens, e um vertiginoso aumento da dívida pública, resultado da diminuição dos impostos que favoreceu os mais ricos”, afirma o candidato Fabio Porta.

Ele explica que, nas últimas eleições administrativas, os eleitores, cansados de esperar os resultados que Berlusconi vem prometendo há anos, puniram nas urnas a coalizão de centro-direita. Mas, no Senado, que adota um sistema eleitoral diferente, os votos dos residentes no exterior podem ser decisivos para a escolha do futuro governo.

As eleições para os residentes no exterior serão feitas via correio, provavelmete entre os dias 20 de março e 3 ou 4 de abril. Na Itália, os eleitores vão às urnas nos dias 9 e 10 de abril.

O custo das eleições, de acordo com dados fornecidos pelo Ministério do Interior, será de 427 milhões de euros, sendo 42,7 destinados a custear as eleições no exterior.

PT

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