Spike Lee, o poder negro contra KKK

Spike Lee, o poder negro contra KKK

Spike Lee não veio a Locarno para a apresentação do seu novo filme BlacKKKlansman, pois o filme já havia estreado no Festival de Cannes. Porém,sua mensagem encheu os 300m2 do telão da Piazza Grande, onde havia mais de seis mil espectadores.

A abertura do filme é impressionante - o discurso racista do chefe do Ku Klux Khan. Não muito longe do que diria o presidente Donald Trump, que praticamente inocentou os responsáveis supremacistas brancos envolvidos nas violências em Charlotteville, na Virgínia, uma mistura da extrema-direita americana, ainda saudosa da época dos negros escravos, e de neonazistas do Ku Klux Khan, que apoiavam a segregação racial no sul dos EUA e praticavam pogrooms contra negros. 

Não muito longe do que poderia dizer, num hipotético discurso de posse, o candidato homofóbico da versão fascista brasileira verde-amarela favorável à tortura, inocentando os torturadores, e disposto a normalizar a Rocinha com metralhadoras. 

O filme se baseia num livro publicado, em 2006, por Ron Stallworth, uma história verdadeira, pois conta como, em 1972, ingressou na polícia de Colorado Springs e acabou se infiltrando no KKK. O contato foi feito por telefone e para os encontros pessoais ia, no lugar de Stallworth, um branco de origem judáica.

A adaptação de Spike Lee transforma a história num thriller de lances cômicos, em meio a palavras de ordem dos Panteras Negas, de MalcomX, reuniões com Angela Davis, reuniões dos racistas do KKK com seu atentado frustrado. Do Black Power Spike Lee nos leva ao Black Lives Matter de hoje.

O ator na pele de Ron Stallworth, com aquele cabelo cheio estilo Angela Davis, é John David Washington, filho do ator americano Denzel Washington, que tinha sido Malcom X há alguns anos.

Rui Martins está em Locarno, convidado pelo Festival Internacional de Cinema.

 

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