Portugal, as florestas e os números

Em 2015 o saldo da balança comercial dos produtos de origem florestal registou um excedente de 2,6 mil milhões de euros (in Contas Económicas da Silvicultura, INE 2016). A evolução tecnológica que estas empresas sofreram, faz com que, neste setor existam atualmente em Portugal alguns dos líderes europeus e mundiais nos segmentos onde atuam.

O VAB do setor florestal representa 1,2% do PIB, valor que, no contexto dos países da UE, só é ultrapassado pela Finlândia e pela Suécia. Os diferentes sectores, cortiça, madeira e mobiliário, pasta e papel, representam respetivamente, 0,2%, 0,4% e 0,5% do PIB (in Estudo Prospectivo, AIFF 2013).

Os setores de atividade ligados diretamente à floresta incorporam maior produção nacional, contribuindo diretamente para a redução das importações. O setor florestal é, desta forma, responsável pela criação de elevado valor nacional, representando um VAN de 71,4 %, que é significativamente superior à média nacional de 59,3% (in Boletim Mensal de Economia de março de 2011).

A fileira florestal representa 12,1% do número total de pessoas ao serviço nas empresas das indústrias transformadoras, 2,2% do total de pessoas ao serviço das empresas em Portugal e 1,7% da população empregada total. Por setor, verifica-se, respetivamente, na cortiça 9.200 empregos, madeira e mobiliário com 47.800, e pasta, papel e cartão com 10.600 empregos (in Relatório de Caraterização da Fileira Florestal, AIFF 2014).

Estes números significativos e este reconhecimento mundial, atingem-se porque a fileira florestal nunca deixa de se atualizar, de investir e de qualificar.

Atualmente a gestão florestal sustentável e responsável encontra-se certificada pelo sistema FSC® em cerca de 374.000 ha (in Folha FSC® #3- edição inverno 2017) e em 261.000 ha pelo sistema PEFC © (in www.pefc.pt, 28 fevereiro 2017).

As iniciativas em inovação da fileira florestal concretizadas através do Sistema de Incentivos à Inovação do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN 2007-2013) representam 5,8% do número total de projetos aprovados e 10,8% do volume total de investimento aprovado no âmbito deste programa de apoio do QREN, o que constituem valores muito significativos (in Relatório de Caraterização da Fileira Florestal, AIFF 2014).

No âmbito da Investigação e Desenvolvimento Tecnológico nas empresas da fileira florestal os resultados são menos expressivos, representando cerca de 2,4% do número total de projetos aprovados e 2,7% do volume total de investimento aprovado no programa SII&DT - Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico do QREN (in Relatório de Caraterização da Fileira Florestal, AIFF 2014).

A análise ao investimento florestal direcionado para a produção florestal realizado através de programas de apoio no período 2000-2013 revela um total de 901.389.910 euros. Cerca de 50% deste investimento foi realizado, já através do Programa de Desenvolvimento Rural - PRODER (in Relatório de Caraterização da Fileira Florestal, AIFF 2014).

Relativamente aos programas de apoio ao investimento à indústria da fileira florestal no período 2000-2014 estes totalizaram um investimento global de 2.473.154.136 euros, do qual cerca de 50% foi executado através do QREN. A análise por subfileira revela que o maior volume de investimento foi realizado pela subfileira da pasta e papel (1.165 milhões de euros, 47% do total), seguindo-se a subfileira da madeira e mobiliário (780 milhões de euros, 32% do total) e a subfileira da cortiça (525 milhões de euros, 21% do total) (in Relatório de Caraterização da Fileira Florestal, AIFF 2014).

No ranking das 100 maiores empresas da fileira florestal a nível mundial laborado pela PricewaterhouseCoopers em 2013, encontram-se quatro grupos portugueses.

Em Portugal a floresta apresenta uma elevada representatividade na ocupação do solo. Segundo os resultados preliminares do 6º Inventário Florestal Nacional a floresta ocupa cerca de 3,15 milhões de hectares, representando 35% do território continental. As espécies florestais que apresentam maior ocupação são o eucalipto, com 812 mil hectares, o sobreiro, com 737 mil hectares e o pinheiro bravo, com 714 mil hectares. Em relação ao pinheiro bravo observou-se um decréscimo de área significativo, tendo passado de uma representação de 49% do total da área de floresta, na década de 60, para 23% na atualidade (in IFN6p, ICNF 2012).

Fonte: Universidade de Lisboa

 

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