Futebol brasileiro: Protestos chegam ao exterior

Por ANTONIO CARLOS LACERDA

PRAVDA.RU

LONDRES-INGLATERRA — Em toda a história do futebol brasileiro, os torcedores nunca se tiveram o menor interesse em se manifestarem a respeito desse ou daquele dirigente esportivo, chegando ao cúmulo do absurdo de nem mesmo saber, por exemplo, o nome do presidente do seu clube do coração.

Mas, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o cartola Ricardo Teixeira, parece ter conseguido o impossível: despertar a ira da torcida brasileira, conseguindo colocar, do mesmo lado, gremistas e colorados, flamenguistas e vascaínos, por exemplo.

As manifestações contra Ricardo Teixeira, que até poucos dias estavam limitadas aos jogos do Brasileirão, com o jogo Brasil e Gana, em Londres, na Inglaterra, na última segunda-feira, o que se viu foi a ira da torcida se manifestada em gramados internacionais.

Pelo menos quatro bandeiras e faixas contra Ricardo Teixeira foram exibidas no estádio Craven Cottage, em Londres. Apesar da rivalidade, torcedores de Grêmio e Internacional se juntaram para a manifestação contra Ricardo Teixeira.

As bandeiras de protestos foram confeccionadas por turistas e brasileiros que moram na Inglaterra — e uma não tem relação com a outra, segundo seus próprios autores.

O momento mais curioso antes do jogo reuniu torcedores dos rivais Grêmio e Internacional em torno de uma mesma bandeira --vermelha. O autor foi o estudante João Francisco Buchfink Nunes, 26, que mora em Londres.

O gremista Rodrigo Assoni, de 28 anos, chefe de cozinha em Oxford disse que "É uma causa maior do que a rivalidade". Torcedores com camisas de Vasco, Flamengo e São Paulo também mostravam uma faixa, com dizeres em inglês.

Torcedores do Fluminense também engrossaram o protesto contra Ricardo Teixeira na capital inglesa. O casal Juliano, de 32 anos, e Atená Schneider, de 33, exibiu uma bandeira do Fluminense com a faixa "Fora Teixeira". Em comum, todos disseram estar em Londres para torcer pela seleção. Um grupo de turistas de Florianópolis também protestou.

ANTONIO CARLOS LACERDA é correspondente internacional do PRAVDA.RU