Tradução do latim Panem et Circenses: - Pão e Espectáculos de Circo , Frase de desprezo com que o poeta latino Juvenal nas suas Sátiras critica os Romanos na decadência moral em que se encontravam pedindo pão (trigo) e espectáculos de circo, num contexto esvaziado de valores de qualquer outra razão de ser e estar na sociedade para além da distracção e entretenimento fútil e inútil. Juvenal de seu nome verdadeiro Decius Junius Juvenalis (40/90 séc. I d.C.), condenava a corrupção da sociedade Romana e os vícios que cegavam os Humanos.
Ora o CAMPEONATO DO MUNDO DE FUTEBOL 2006, em relação aos Países participantes mais pobres, mesmo que saiam vencedores, seguramente não lhes trará o Pão para seus concidadãos.
Seguramente não trará uma melhoria de vida para as sociedades dos respectivos Países. No caso Português o orgulho de superioridade, dicotomicamente, historicamente sempre latente com a epopeia colonial, somente serve para isso mesmo: exacerbar esse mesmo orgulho, fanatismo, fundamentalismo futebolístico à escala nacional esquecendo por umas semanas os gritantes problemas socioeconómicos em crescendo como o desemprego e no caso Angolano e Brasileiro o mesmo se aplica uns mais que outros dentro das suas idiossincrasias. No entanto, alienação por alienação que pelo menos, o Futebol sirva para solidificar a Fraternidade entre os povos e não as xenofobias e racismos.
Que o Futebol sirva para promover os mais desfavorecidos socialmente através das suas selecções corrigindo a História , exempli gratia: - o caso da Selecção do Equador composta por descendentes de escravos africanos, há séculos arrancados a ferro e fogo do Continente Africano e levados para as Américas por traficantes negreiros portugueses e espanhóis. Numa América do Sul onde se cruzaram Negro Mestiços com Índios, estigmatizados socialmente e ignorados aos dias de hoje com o preconceito de inferioridade devido à origem Histórica.
Todavia, superando tudo, explodem no Futebol. O mesmo se aplicaria à selecção da Arábia Saudita com descendentes negros dos escravos africanos levados através do Iémen nos séculos passados. E como lusófonos, dissertaríamos ainda mais sobre Angola, Brasil e Portugal, etc. e tal mas fica para a próxima.
João CRAVEIRINHA
Jornalista
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