Não há muito a dizer sobre esta pseudo-cimeira. As posições foram cosméticas, mais do mesmo. Produziu-se um consenso geral de que amanhã serão retomados os últimos esforços diplomáticos para evitar a guerra, antes desta começar. Na base das Lajes na Ilha de Terceira nos Açores, desfilaram-se três palhaços e um fascista.
Bush e Blair se encontraram mais uma vez, juntando-se a Aznar e Barroso. O primeiro, senhor de guerra, teve o bom senso de deixar falar os seus sicofantas enquanto olhava de lado, antes de proferir o discurso talvez mais anti-diplomático da história da Humanidade.
Depois de declarar que a segunda-feira seria a hora de verdade para o mundo, quando na ONU se discutiria um texto final para apresentar ao governo de Bagdade, e a seguir falou no próximo governo em Bagdade. Houve referências vagas a um último ultimato a Bagdade para que o governo de Iraque revelasse as provas da destruição do seu armamento de destruição maciça.
Sobre a ONU, Bush declarou que Esperamos que a ONU faça seu trabalho amanhã. Senão, todos nós devemos recuar e tentar imaginar como fazer a ONU trabalhar melhor''. Este senhor esquece-se da Resolução 1441, que providencia às equipas de inspecção UNMOVIC e AIEA o espaço de manobra para efectuarem o seu trabalho, nomeadamente de destruir ADM e de apresentar relatórios à ONU da não cooperação iraquiana, se fosse o caso.
Não é e a Pravda.Ru lembra ao Presidente Bush que há provisões na 1441 para que tenha de haver mais uma resolução no Conselho de Segurança da ONU antes de ser iniciada qualquer acção bélica contra o Iraque. As partes nesta pseudo-cimeira nas lajes, uma base americana em território português (providenciando ao José Barroso o seu momento de glória, um espécie de abutre à mesa dos Senhores), referiram que amanhã será o dia, em que a ONU vai votar uma resolução definitiva.
Amanhã se verá mas quanto a hoje, foi um acto fútil, sem senso, sem substância e sem quaisquer novidades. Só serviu para que os protagonistas e o Senhor de Guerra pudessem ter o seu orgasmo colectivo.
Bush compareceu numa cimeira com três parceiros (José Barroso introduziu o evento mas não teve lugar nas discussões), Blair conseguiu mais uma vez aparecer em público e Aznar vangloriou-se ao lado dos que considera os pesos-pesados políticos.
Quanto à ética, a questões do bem o do mal, as reais razões por esta onda de total falta de diplomacia, da ausência de ideias, nada.
Palavreados, ar quente, nada de novo. Quanto dinheiro terá sido gasto nesta espécie de cimeira, enquanto centenas de milhares de crianças morrem diariamente por falta de água potável?
Quantos dos nossos leitores alguma vez sentiram nojo de serem seres humanos?
John ASHTEAD PRAVDA.Ru LONDRES REINO UNIDO
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