PODE SER ENCONTRADA UMA DECISÃO DEFINITIVA ESTA SEMANA

Esta semana pode ser determinante na procura de uma resposta definitiva para o escândalo financeiro protagonizado pelo ministro dos negócios estrangeiros, Ovídio Pequeno. Nos últimos três dias os órgãos nacionais de comunicação social ouviram todas as formações políticas sobre o assunto e, de forma unânime, todos defenderam directa ou indirectamente o afastamento de Ovídio Pequeno do cargo de ministro dos negócios estrangeiros, considerando igualmente que o assunto deve ser entregue ao ministério público.

O governo reuniu-se em sessão extraordinária para analisar as justificações do ministro e considerou que as explicações de Ovídio Pequeno foram “inapropriadas” e concluiu também que a presidência da república é um órgão do estado santomense, por isso deve obedecer as leis da administração financeira em vigor.

Um comunicado do governo lido na voz do ministro do trabalho e solidariedade, considera que Ovídio Pequeno faltou com o seu dever de lealdade para com o executivo, além de que enquanto membro do governo, o mesmo deve obediência a primeira-ministra e chefe do governo. Espera-se nas próximas horas uma reacção do próprio presidente da república, enquanto o MLSTP/PSD promete para esta segunda feira uma conferência de imprensa sobre este escândalo.

Para o partido Acção democrática Independente, o ministro Ovídio Pequeno “pecou, por isso terá de assumir as suas responsabilidades”. ADI que se pronunciou na voz do seu líder Patrice Trovoada, diz ainda que as instruções dadas pelo ministro dos negócios estrangeiros cooperação e comunidades ao embaixador são-tomense em Libreville para se proceder a várias transferência dos referido 407 mil euros para contras privadas no estrangeiros devem ser consideradas como “um caso de utilização indevida de fundos públicos” que deverá merecer o devido tratamento, principalmente quando também está em causa a adjudicação directa, ou seja, sem concurso público, a uma empresa para a importação de bens e equipamentos para uma instituição do estado.

O partido CODO por seu lado diz que se trata de um caso de polícia, pelo que cabe ao ministério público assumir o seu papel.

Neves e Silva diz ainda que o chefe de estado e o ministro dos negócios estrangeiros não podem pretender criar um estado dentro doutro estado e que S. Tomé e Príncipe é um único estado indivisível.

O MDFM, partido de inspiração do presidente da república desejou que a situação se esclareça o mais depressa possível, mas não deixou também de apontar o dedo aos governantes do MLSTP como estando igualmente envolvidos em escândalos financeiros.

A Frente Democrata Cristã diz por sua vez que este escândalo é apenas a ponta do iceberg e que resta ao ministro o único caminho que é a demissão do cargo e prestar contas a justiça começando pelo ministério público.

O Partido da Convergência Democrática, PCD, que forma coligação como o MDFM considerou o comportamento do ministro de ilegal, e que deve ser tratado com a acuidade que isso merece.

O recém-constituído partido União para Democracia e Desenvolvimento, UDD rejeita as explicações do ministro e diz também que é preciso apurar-se responsabilidades.

O Partido Social de Renovação, PSR sublinha que a primeira-ministra já deveria ter demitido o ministro dos negócios estrangeiros e entregar o caso aos tribunais.

O ministro dos negócios estrangeiros durante as explicações que deu sobre a utilização do dinheiro proveniente da cooperação marroquina, referiu-se que os predecessores de Fradique de Menezes, nomeadamente, o ex-presidente Miguel Trovoada “sempre beneficiaram de ajudas pontuais directas” do reino de Marrocos.

Trovoada, sentiu que foi implicitamente indiciado da mesma pratica e reagiu. Em declaração a TVS diz que de facto recebeu ajudas financeiras de Marrocos, mas o dinheiro nunca chegou ao país em espécie, mas sim em equipamentos e bens. Miguel Trovoada salienta que esses equipamentos e bens eram pagos directamente pelo governo marroquino.

Trovoada recordou ainda que aquando de uma visita efectuada a Taiwan, este país concedeu ao país um donativo de 5 milhões de dólares para financiar cinco projectos, sugerindo que o presidente da república gerisse pessoalmente a verba.

“Eu disse que não era legal em S. Tomé e Príncipe faze-lo. Assim foi criada uma comissão tripartida representada por membros da presidência da república, do governo e da embaixada de Taiwan para acompanhar a execução desses projectos”. Suahills Dendê Pravda.ru STP

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