O saudoso engenheiro Luiz Serafim Derenze cunhou na década de 50, ao fazer um exercício de futurologia, partindo das perspectivas, projeções e viabilidades da economia estadual que vivia o entusiasmo quase visionário do ex-governador Jones dos Santos Neves, uma sentença de rara felicidade: O Espírito Santo é o maior pequeno Estado do Mundo.
Começando nossa vida pública tivemos a alegria de conviver com Luiz Derenze e, de forma muito especial com o ritmo de administração e a seriedade e senso de responsabilidade e confiança em todos os municípios, o que o levou a merecer a admiração do então Presidente Getúlio Vargas, que chegou a profetizar: se estivesse em suas mãos os destinos da sucessão presidencial, ele teria, apenas, duas opções: Jones dos Santos Neves ou Irineu Borhaussen, de Santa Catarina. Esta declaração foi feita na solenidade de inauguração da Mannesman em entrevista de grande repercussão. Para os capixabas a morte de Getúlio mudou o rumo da nossa história. E esta é outra.
Vivendo e aprendendo, lendo e pesquisando, no exercício de importantes e múltiplas funções públicas, dirigindo e promovendo os valores e as conquistas de nosso Estado, muitas vezes sofrendo com os seus erros, nos acostumamos a não perder a esperança e a acreditar, sem barreiras, que o sonho-previsão seria realidade.
Respingos de nossa presença estão por aí, agasalhados pelo carinho de muitos, sem perderem a oportunidade, passado tanto tempo. Tudo o que escrevemos em favor do Espírito Santo e de seus mais caros valores sempre esteve balizado pela imagem de um Estado viável e berço de uma felicidade a que tinha direito. Sempre pairou sobre as minhas lembranças, como uma espécie de sentinela de plantão, o vaticínio carismático feito por Luiz Derenze.
Nossa permanente preocupação com os números, os fatores e os resultados colhidos pelo nosso povo, nossas lideranças públicas, privadas e empresariais, avalizaram aquele desejo de oferecer, mesmo na modéstia do documento , uma síntese de nossas posições, principalmente quando o clima de insegurança e a violência redatorial de alguns segmentos da imprensa nacional e internacional punham a nu as nossas mazelas, sufocando a auto-estima dos capixabas, ameaçando a trajetória de desenvolvimento do Estado, que sempre esteve avalizada pela diversidade de seu potencial natural, pela excelência de sua logística e pelo processo de integração que nascia com o petróleo, o aço e o gás.
Mandamos imprimir um pequeno folheto no qual colocamos o desafio O Espírito Santo, realmente, tem muita bala na agulha descrevendo em seguida o conjunto de nossos valores, numa espécie de revide diplomático ao sentido das manchetes da época. Foi um sucesso e tivemos que alimentar, nos últimos anos, a curiosidade de estudiosos e visitantes, de universitários e professores, tocando fundo na alma de nossa gente.
Em mais quatro oportunidades patrocinamos, particularmente, novas edições, na busca de mais eco e, consequentemente, mais conhecimento e respeito pelo Espírito Santo. A nossa pesquisa tem o sabor do elixir do melhor capixabismo.
Esta semana, quando merecemos o calor da homenagem carinhosa e reconhecida da Federação das Indústrias, durante a sua festa anual de avaliação e confraternização, nos sentimos, verdadeiramente, consoante desejo do presidente Lucas Izoton Vieira, o jornalista do desenvolvimento e da esperança.
Por isto e para retribuir o alto sentido da homenagem, estamos tentando viabilizar esta nova edição da pesquisa, revista e ampliada, em cores e ilustrada, bilíngüe, para levar ao mundo o nosso pequenino grande Estado, resgatando a história e escrevendo o futuro.
J.C.Monjardim Cavalcanti é jornalista e ex-Secretário de Comunicação do Estado. ([email protected])
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