FRUTICULTURA NO ESPÍRITO SANTO

O futuro da fruticultura, na abrangência das previsões feitas para o Brasil, coloca o Espírito Santo numa invejável posição, respeitadas a sua situação geográfica, sua logística de transporte e a extrema versatilidade de seu solo, sustentando um programa de administração voltado para o fortalecimento do ciclo produtivo da cadeia rural, ativando um processo corajoso de desenvolvimento, que prioriza a fixação do homem ao seu meio, aliviando a explosão populacional das áreas periféricas e metropolitanas, problema que os capixabas estão superando.

É de oportunidade registrar a integração operacional da Secretaria de Agricultura, sob o comando eficiente e moderno do Secretário Ricardo Ferraço, com os segmentos rurais e, sobretudo, pelo apoio e valorização dos técnicos e agrônomos que compõem a sua estrutura, que sacode todo o interior, abrindo os novos caminhos do campo, dando voz e comunicação e oferecendo, ainda, luz e conforto às populações, melhorando o padrão de suas estradas e estimulando toda a cadeia de produção de cafés especiais como fatores que conquistam valores de renda elevados, em alguns casos superiores a alguns importantes níveis de renda agrária do país.

No contexto desta ação-presença deve ser destacado o caminhar de um processo que está oferecendo ao Estado importantes pólos de fruticultura, sob a coordenação da INCAPER e suas equipes que, ao lado de uma parceria com as lideranças municipais e com empresas privadas, respondem pelo sucesso dos padrões da moderna e competitiva fruticultura capixaba.

O esforço feito será recompensado pelo crescimento do mercado, atraente e de alto significado econômico que existe no país e no exterior, com foco numa fruticultura de qualidade, aspecto que o Espírito Santo prioriza. A fruticultura nacional ocupa hoje 2,3 milhões de hectares plantados e gera 6 milhões de empregos diretos, avalizando o fato da fruticultura responder por 27% da mão de obra de toda a agricultura brasileira.

Situado dentro da região sudeste, o Espírito Santo está no centro da chamada megalópoles centro-leste brasileira, que é responsável por 55% da produção de frutas do Brasil, onde a situação mercadológica volta-se para o setor de sucos, visando quebrar a marca de apenas 1,6 litros/ano por habitante, em contraste, por exemplo, pelo consumo de 3,6 litros/ano dos argentinos e 40 litros/ano dos americanos, sem falar, a esta altura, nas perspectivas de consumo de frutas in natura, também apresentando bom nível de crescimento, em face da preocupação com hábitos alimentares mais sadios.

Seis pólos de fruticultura estão definidos no Espírito Santo, com capacidade para atender ao agro negócio que cresce acima das médias regionais, sob comando de uma equipe liderada pelos agrônomos Ênio Bergoli da Costa (presidente) e Aureliano Nogueira da Costa (coordenador estadual de fruticultura), ambos da INCAPER e atuando em estreita interação com a Secretaria de Agricultura e seu setor de informação e análise, sob a gerência de Dalmo Nogueira Silva.

O processo dos pólos, cuja história começou com o mamão papaya, hoje se apresenta com uma fruticultura sólida, com prioridade para os cultivos de manga, goiaba, maracujá, banana, coco, uva, morango e abacaxi , que emprestam ao setor, o título de segunda maior atividade agrícola do Estado.

No caso específico do pólo de mamão, hoje uma unanimidade produtiva e vitoriosa, as exportações já se fazem com expressiva significação, em função de alta tecnologia de plantio, colheita e apoio de programas como o PIF e o DRIS que no conjunto do pólo coloca o Espírito Santo como primeiro exportador de mamão papaya do país.

O agro negócio capixaba tem destaque pela presença de indústrias que podem comprar toda a atual produção e abrir oportunidades para o desenvolvimento de outras culturas, além das que tradicionalmente já estão em franca produção. É bom destacar que a segunda marca de sucos do mercado brasileiro está localizada em Linhares, no Espírito Santo e acaba de se associar ao Grupo Coca Cola, transformando a então Sucos Mais numa empresa de importância internacional, apesar de adquirir apenas 13% da sua matéria prima no Estado, assegurando que teria capacidade, se houvesse maior produção e diversificação, de adquirir mais de 70% de sua matéria prima no Espírito Santo. A força da fruticultura capixaba está intimamente associada as excelentes condições de clima e solo, que favorecem o cultivo de frutas tropicais, subtropicais e temperadas. Ocupando 85 mil hectares de área plantada, a fruticultura responde pela geração de 50 mil empregos no meio rural, com uma estimativa de renda superior a R$ 450 milhões por ano e apenas superada pela cafeicultura.

O empresário João Luiz Castanheira – presidente da Associação Brasileira de Sucos – declarou que o Brasil tem condições e tecnologia para produzir 800 milhões de litros de sucos/ano, praticamente dobrando a produção de 2004. Previsões como esta reforçam o acerto da política agrária capixaba, voltada para a implantação de novos e diversificados pólos de frutas, assegurando, com prioridade, que a atual parceria SEBRAE-ES, BANDES, SEDETUR, INCAPER e Secretaria de Agricultura seja mantida e ampliada, como mentores de um processo bem adubado e que começa a dar os seus melhores frutos.

J.C.Monjardim Cavalcanti é jornalista e Coordenador da FRUTALATINA/ES

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