Parabéns, Angola!

Os últimas três décadas têm sido uma constante saga de sofrimento humano em Angola, onde demasiado sangue foi derramado e demasiadas lágrimas caíram ao lado dos heróis da nação. As famílias foram divididas pelos malefícios da guerra, as doenças tomaram conta de inúmeras crianças com o colapso do Estado durante o que parecia uma guerra sem fim. No entanto, hoje, dia 11 de Novembro, ao acordar, Angola encara um amanhecer novo e mais soalheiro que trará uma amanhã mais sorridente.

Quando a Guerra Colonial com Portugal terminou com a Revolução do 25 de Abril de 1974 em Lisboa, que previa o desmembramento do Império de Portugal, houve um momento de euforia, com todos à espera do retorno do Agostinho Neto do exílio. Mas durante o ano e maio que precedia a proclamação de independência, as potências estrangeiras já tinham começado a mexer-se nos bastidores e a luta pelo poder que iria desenvolver-se entre três facções (o MPLA de Agostinho Neto, a UNITA de Jonas Savimbi e a FNLA de Holden Roberto) já existia.

Pouco depois de Agostinho Neto proclamar a Independência em Luanda, Jonas Savimbi fazia o mesmo a algumas centenas de quilómetros a sul. O resto da história é bem documentada. Russos, Americanos, Cubanos, Sul Africanos, abertamente e tantas outras nacionalidades, indirectamente, jogaram suas cartas numa guerra por procuração em que quem perdia era o povo de Angola.

Porém, esse povo nunca quebrou. Hoje, como a Palanca Negra, símbolo de Angola, cada angolano e cada angolana pode olhar para o resto da comunidade bem nos olhos e proclamar que têm orgulho em serem angolanos.

Com a morte de Jonas Savimbi em Fevereiro de 2002, durante uma operação militar pelas Forçadas Armadas de Angola, ficou mais fácil chegar a um acordo de paz definitivo e duradouro e nos últimos três anos, Angola ressurgiu das cinzas, habilmente liderado pelo seu Presidente, José Eduardo dos Santos, que investiu na modernização do país e na educação dos seus cidadãos, apontando na angolanização dos quadros.

A vasta riqueza de Angola pertence aos angolanos. Hoje, as feridas estão saradas, há um espírito de verdadeira reconciliação nacional, as pessoas deslocadas estão a retornar às suas casas, ajudados pelo governo, e o Raid dos 30 Anos de Independência, que percorreu 11 dos 18 províncias do país, é prova viva que qualquer pessoa pode ir para qualquer lugar em qualquer altura na Angola de hoje em plena segurança.

Que belo epitáfio para Angola no dia do seu 30º aniversário. No futuro mais lágrimas cairão, mas serão lágrimas de alegria, encantando as caras maravilhosas das crianças angolanas, cujos sorrisos serão o espelho das suas almas.

Parabéns, Angola!

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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