Aníbal Cavaco Silva – a Sombra Escura

Esta semana tivemos a oportunidade de ler num jornal diário que o ex-Primeiro Ministro de Portugal, Prof. Dr. Aníbal Cavaco Silva, que passou a Revolução dos Cravos na simpática e calma cidade de York no norte da Inglaterra, fartou-se de andar à batatada quando era aluno na escola.

Nada surpreende, pois passou dez anos como primeiro Ministro a fazer o mesmo com a sociedade portuguesa. Agora, essa figura antipática, ríspido e deselegante prepara-se para se apresentar à mesma sociedade como seu Presidente, uma espécie de ameaça à sua dignidade e insulto ao colectivo luso.

Qual será o perfil de um Presidente de Portugal, cuja Constituição não é Presidencialista e cuja sociedade castiga qualquer tentativa ao semi-Presidencialismo? Como Ramalho Eanes, Mário Soares e agora Jorge Sampaio habilmente demonstraram, Belém é uma instituição que se mostra numa base de quanto baste, uma presença firme, constante e discreta, um comportamento que exige tacto, diplomacia, a capacidade de dialogar, debater e discutir como deve ser, e uma certa quantia de classe.

Será que o Prof. Dr. Aníbal cavaco Silva tem alguma destas qualidades? Ou mais parece um touro numa loja de cristais? Será que alguma vez ele demonstrou que tem mesmo uma módica quantia de diplomacia, ele que passou o seu tempo a carregar contra os portugueses, que foi pai da política de betão?

Será que o legado dos dez anos de Cavaquismo é positivo? Lembremos, quem era Primeiro Ministro na década a seguir à adesão de Portugal à União Europeia? O dinheiro foi aplicado de uma maneira que garantisse que Portugal subisse na tabela de classificação dos indicadores económicos? Ou foi aplicado de uma forma que viu Portugal a descer a pique, batendo registos cada vez mais fundos com cada ano que passou e que agora vê o país a deslizar-se gradual mas constantemente na direcção à vergonhosa posição de 25º lugar na Europa dos 25, depois de ter atingido o 15º dos 15?

Será que como dirigente Aníbal Cavaco Silva conseguiu unir seu partido e formar uma opção sólida e de confiança para governar o país, ou será que foi tão hábil que no fim até teve de fugir do seu próprio partido, distanciando-se dele como se fosse o Demónio, entrando naquela famosa fase do tabú e iniciando a fase dos Primeiros Ministros fugitivos de Portugal?

Será que aquelas histórias do sucesso de e saudade por seu período no governo foram baseados nas suas qualidades de economista, ou será que ele vendia cegamente tudo que pertencia ao Estado e utilizou esse dinheiro para servir de rebuçados políticos? Assim qualquer um pode governar.

Um Presidente tem de saber sorrir em vez de franzir o sobrolho, tem de rir espontaneamente nos seus contactos com o povo e não andar com o olho carrancudo, tem de saber cortar fitas e não cortar fita a massacrar as pessoas atrás das costas, tem de saber estar à mesa, utilizar os garfos próprios e falar com a boca vazia, não cuspir gafanhotos sobre todos à volta, como uma espécie Homer Simpson.

Em fim, a figura de Cavaco Silva como candidato à Presidência é a do Homer Simpson à portuguesa, só que Homer Simpson tem uma mais-valia na casa dele – a sua esposa, Marge.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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