Sec. Estado do Ambiente: As alterações climáticas não se encontram nas prioridades do governo

De acordo com notícias publicadas, o Sr. Secretário de Estado do Ambiente considerou ontem que as alterações climáticas não se encontram nas prioridades de resposta política do Governo.

O Sr. Secretário de Estado remete ao esquecimento os resultados do projecto SIAM, o qual estudou os efeitos das alterações climáticas no território português, e que concluiu que a tendência de fenómenos como aquele a que assistimos este anos de seca profunda (cerca de 70% do território nacional está a braços com uma seca severa) é para que sejam cada vez mais constantes e prolongados. Esta situação comporta problemas ambientais, sociais e económicos de profunda gravidade.

As afirmações do Sr. Secretário de Estado Humberto Rosa levam-nos a crer que este Governo será mais um, dos tantos, que pouco ou nada têm feito para combater as alterações climáticas e torna-se visível, pelas suas declarações, que a única medida de peso que vão tomar no âmbito do combate às alterações climáticas é a criação da taxa de carbono, isto é, vão pôr os consumidores a pagar a inércia e a incompetência dos sucessivos Governos, incluindo este.

Mais, afirmou o Secretário de Estado que muito mais importante que as alterações climáticas é o declínio da biodiversidade. Então como explica Humberto Rosa que este Governo tenha dado passos significativos na perda de biodiversidade em Portugal para o futuro através cultivo descontrolado de Organismos Geneticamente Modificados (como o provam a recusa de adopção de uma moratória em Portugal enquanto não fosse publicada legislação sobre a coexistência de culturas transgénicas e tradicionais, e como prova o diploma do Governo sobre a mesma matéria ontem publicado que deixa por definir as zonas livres de OGM e a responsabilidade dos produtores de transgénicos no caso de contaminação de culturas tradicionais ou biológicas!!). É que um estudo britânico publicado este ano dá justamente conta que a produção de transgénicos causa perda de biodiversidade.

Muita conversa, muita teimosia, muita arrogância e muita contradição entre o discurso e a prática têm caracterizado a política ambiental deste Governo (lei da água, resíduos industrias perigosos, estratégia de combate às alterações climáticas e OGM são claros exemplos desta afirmação dos Verdes).

PEV

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