ONZE HOMENS E UM SEGREDO

O roubo do Banco Central em Fortaleza, foi algo de grandioso e digno de nota nos anais do crime, considerando o montante roubado, o planejamento, a execução que envolveu a construção de um túnel com uma perfeita medição e até mesmo o estabelecimento de uma empresa de fachada para justificar o movimento constante de veículos e de pessoas.

Embora pareça cinematográfico e haja até mesmo um concurso para produzir o melhor roteiro para ele, certamente, este roubo não foi inspirado em nenhum grande roubo de Hollywood como, por exemplo, o roubo executado por Danny Ocean e seu grupo em Lãs Vegas no filme “Onze Homens e um Segredo”, nem quando Ocean era interpretado por Frank Sinatra, nem por George Clooney. Apenas os números são parecidos. No roubo do filme, foram levados US$ 160 milhões e em Fortaleza, R$ 164 milhões e Ocean precisou cortar a energia da cidade, o que os ladrões do BC não precisaram fazer, talvez porque, ao contrário de Oceean, eles tinham ajuda interna e sabiam que o sistema de alarme estaria desligado e haveria um objeto bloqueando a câmera de segurança.

Os ladrões, no entanto, não são tão inteligentes como aparentaram ser, pois compraram logo, em seguida, uma série de veículos em uma concessionária local, cujo proprietário agora está implicado no crime. Se acaso eles tivessem assistido ao filme, “Os Bons Companheiros”, onde o mafioso Jimmy Conway, após ter executado um grande roubo, aconselhara os cúmplices à não gastarem muito dinheiro, para não chamar a atenção, eles não teriam procedido desta forma, embora tenha sido inteligente o plano de despachar o dinheiro por meios distintos, sendo que apenas o esquema do caminhão cegonheira tenha falhado, embora já estivesse em Minas Gerais..

O restante do dinheiro, deve ter sido remetido por helicópteros, aviões bimotores ou caminhões de carga mas não por malas ou cuecas, pois estes meios de transporte estão muito visados, ultimamente e se acaso outras quantias forem localizadas em aviões, talvez se possa usar o pretexto de ser dízimo.

A propósito foi por sorte do deputado João Batista Ramos da Silva e seus companheiros da igreja Universal, que o episódio da apreensão dos R$ 10 milhões em um avião, tenha sido antes do roubo, caso contrário eles teriam sido implicados neste crime, o que não ocorreria com o assessor do deputado estadual cearense José Nobre Guimarães, irmão de Genoíno,, pois estava carregando dólares e estava se dirigindo para Fortaleza.

Os ladrões tiveram um pouco de sorte, pois o povo brasileiro e os políticos e até mesmo os policiais federais, estão magnetizados com os acontecimentos em Brasília, e poucos se lembram do roubo e conseqüentemente, não cobram a solução do caso..Este episódio, até mesmo poderia ser usado pelo presidente Lula para desviar um pouco a atenção do povo e em seus discursos, ao contrário de falar de crise política, poderia falar sobre os esforços do governo para elucidar este crime.

O crime não compensa, ao menos, na Inglaterra ou na China. Talvez compense um pouco, no Brasil, especialmente quando o crime é cometido contra os cofres públicos, pois no caso de ocupantes de cargos eletivos que são envolvidos em crimes, quase sempre conseguem retornar ao poder de uma forma ou de outra, não é mesmo, Jader Barbalho?

Os ladrões do BC, se não forem apanhados todos, também retornarão, numa nova tentativa de um grande roubo, pois para nós, pobres mortais, R$ 164 milhes é o bastante para uma aposentadoria tranqüila, mesmo que seja dividido por 15 ou 20 ou mesmo 11, mas para criminosos, nunca é, inda mais se eles se lembrarem de Duda Mendonça e Marcos Valério.

Obviamente que o crime é um erro, mesmo que não haja violência envolvida e quando a vítima é um banco, que usualmente é implacável com seus devedores, especialmente quando se pode contar com uma ajuda do Banco Central, que manem a taxa de juros no patamar que está e, desta feita, foi o próprio Banco Central, a vítima, no entanto, devemos reconhecer que há um certo glamour, quando um crime é executado desta maneira, inda mais no Brasil, onde há criminosos bem menos glamourosos, que geralmente estão em cargos administrativos e, ao contrário de roubar dos mais abastados, que no caso do BC, recuperará o valor roubado em alguns meses, somente com a taxa de juros que patrocina, enriquece-os, com dinheiro geralmente, proveniente de fundos de combate à pobreza, como no Rio de Janeiro, ou verbas do Fundef ou do SUS.

O líder da quadrilha, se acaso for preso e cumprir a pena, poderia se candidatar à Presidência, pois demonstrou inteligência, ao arquitetar o plano e austeridade para comandar uma equipe para que não cometesse erros, além de ser assumidamente criminoso.

Jose Schettini Petrópolis BRASIL

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