Uma agenda traiu o ex-minsitro da Casa Civil, José Dirceu (PT-SP). Na segunda-feira, ele negou categoricamente, em depoimento no Conselho de Ética da Câmara, ter recebido ainda na condição de ministro o banqueiro português Ricardo Espírito Santo, do Banco Espírito Santo, acompanhado do operador do mensalão, publicitário Marcos Valério de Souza. Mas sua agenda diz o contrário. Está lá anotado que o encontro aconteceu no Palácio do Planalto em 11 de janeiro deste ano. Ricardo Espírito Santo confirmou a audiência ao jornal O Globo e informou que foi Valério quem se ofereceu para apresentá-lo a Dirceu.
No Conselho de Ética, Dirceu diz que não teve qualquer envolvimento em supostas negociações com a Portugal Telecom, da qual o Banco Espírito Santo é um dos principais acionistas. No entanto, a reunião aconteceu 13 dias antes da viagem de Valério e do tesoureiro informal do PTB, Emerson Palmieri, a Portugal.
Embora o Palácio do Planalto negue, o ex-ministro português de Obras Públicas António Mexia confirmou à imprensa de seu país que recebeu Marcos Valério, para uma reunião oficial, na condição de consultor oficial do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro teria ocorrido no ano passado, por intermédio do presidente da empresa Portugal Telecom, Miguel Horta e Costa.
A confirmação do encontro foi publicada no dia 16 de julho deste ano, em uma declaração do ex-ministro ao jornal português Expresso. Reprodução do jornal foi apresentada, na segunda 2, à CPI dos Correios. Se essa informação for mesmo confirmada, a situação do presidente Lula ficará ainda mais complicada.
Luciana GENRO
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