Genro: Lições para o país

Para Tarso, o Congresso Nacional precisa superar as dificuldades criadas pela crise e votar urgentemente a reforma política, com destaque para a fidelidade partidária, o financiamento público de campanha e a verticalização das alianças.

“É necessária uma profunda revisão na legislação eleitoral, para que sejamos obrigados todos a uma maior transparência e a um maior controle”.

Segundo ele, as questões que agora atingem o PT são comuns em outras agremiações políticas. “Não estou acusando nenhum partido, nem interessa fazer isso nesse momento em que temos de arcar com nossas próprias responsabilidades, mas nós sabemos que financiamento não-escriturado de campanha provavelmente não seja uma prerrogativa do Partido dos Trabalhadores”, disse.

Finanças

As declarações do ex-secretário de Finanças do PT, Delúbio Soares, de que tomou empréstimos pessoais junto ao empresário Marcos Valério para pagar dívidas de campanha, impõem uma nova missão ao grupo interno que analisa as finanças do partido, segundo Tarso.

“Temos de verificar quais são as dívidas legítimas, ou sejam, aquelas que foram realmente drenadas para o partido, para onde foram e quem as utilizou. As dívidas que tiverem legitimidade, que forem dívidas partidárias, nós vamos fazer um esforço para pagar”, disse. Esse levantamento, informou, será apresentado e discutido na reunião desta terça-feira da Comissão Executiva Nacional.

O grupo de trabalho, segundo Tarso, também terá de identificar de onde vieram os recursos. “Se foram oferecidos por empresários, por pessoas físicas, por relações pessoais do Delúbio, por grupos que tenham algum tipo de interesse nesse relacionamento, isso tem agora de ser avaliado”, explicou.

Ele ressaltou que o PT não tem como abrir contas ou quebrar sigilos, mas irá contribuir com todas as investigações. “Não só para sanear-se, para reorganizar-se tecnicamente, politicamente, nessa situação difícil, mas também para colaborar com as autoridades”.

Colegiado

O dirigente ressaltou a importância do grupo interno que levou o PT à condição de grande partido nacional e ajudou a eleger Lula presidente da República, mas insistiu que é preciso reorganizar o sistema diretivo.

“A chamada esquerda petista tem companheiros valorosos que têm feito críticas à forma como foi exercida a hegemonia pelo grupo dirigente até agora. Vou trabalhar para que possamos ter uma direção mais colegiada, uma direção que aproveite a potencialidade e as contribuições dos companheiros de todas as correntes do PT”, finalizou.

PT

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