Moçambique em Festa

Moçambique caminhou muito ao longo dos últimos 30 anos, fazendo um percurso que passou por várias fases. Vítima da guerra por procuração, em que era manipulado pelos outros, houve primeiro um momento de falta de carácter próprio, com a continuação da guerra e depois um período de cada vez mais maturidade, sensatez e mais, respeito próprio.

Eis o Moçambique de hoje, preso cada vez menos entre dois grupos rivais de corruptos, que vêm a necessidade de seguir a abertura pregada pela NEPAD e o caminho ensinado pela União Africana – responsabilidade e responsabilização.

Hoje o combate não é contra os portugueses, já país irmão, mas sim contra o legado dos portugueses, dos moçambicanos em guerra e os senhores dos países mais ricos que controlam o comércio – atraso e pobreza endêmica.

O símbolo deste novo Moçambique foi visível no centro de Maputo durante os festejos no Sábado, com o içar da tocha da unidade nacional, que percorreu os 3.000 quilómetros entre os Rios Rovuma e Maputo. No entanto, não é a tocha que vai aliviar o pesadelo do dia a dia para mais que metade da população e não foi para isso que queriam a independência.

Demasiada gente ficou rica ao custo da independência e a custo do povo de Moçambique para podermos dizer que está tudo bem, a caminhar para o melhor e por isso podemos descansar e esperar que a Comunidade Britânica nos leve a dias melhores, já que a CPLP nem um lápis colocou no país.

Presidente Armando Guebuza escolheu o combate contra a pobreza endémica como parte fulcral do seu discurso na comemoração do 30º aniversário da independência. Para o Presidente, combater a pobreza é fomentar a auto-estima e a capacidade dos moçambicanos.

“Ainda temos crianças sem acesso à educação e jovens que não conseguem transitar para os níveis seguintes de ensino, nem todos os cidadãos têm acesso aos cuidados de saúde e a fontes de água potável”, lembrou Presidente Guebuza.

O que nunca é referido em África é o facto que, se todos aqueles que enriqueceram a custo do desenvolvimento do país, se todos aqueles que meteram a mão na caixa quando programas de apoio financeiro estavam a jorrar pela África dentro, hoje em dia não seriam tanta criança fora da escola, hoje em dia haveria mais famílias com água potável e hoje em dia o número de cidadãos com acesso a cuidados de saúde seria bem maior.

Bento MOREIRA PRAVDA.Ru MAPUTO MOÇAMBIQUE

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