Brasil reforça agenda social e comercial com o continente africano

Dentre os dias 10 e 14 de abril o presidente passa por Camarões, Nigéria, Gana, Senegal e Guiné-Bissau, este último o único país de língua portuguesa da África ainda não visitado pelo dirigente brasileiro. "O retorno do presidente a África reforça a importância do continente para a Política Externa brasileira", afirma o diretor do Departamento de África do Itamaraty, embaixador Pedro Motta Pinto Coelho.

Durante quatro dias, a comitiva do governo brasileiro pretende desenvolver maior cooperação entre o país e as nações visitadas nas áreas de educação, saúde, e agricultura. De acordo com o embaixador, as semelhanças de características, como clima, solo e formação histórica e cultural entre África e Brasil propiciam o fortalecimento da agenda social, considerada prioridade pelo presidente Lula. Nesse contexto, Nigéria e Camarões, junto com o Brasil, vão estabelecer um intercâmbio de professores para a formação de cursos de cultura e história africanas. Profissionais nigerianos e cameruneses irão ministrar aulas em instituições de nível médio e superior com a perspectiva de tornar a disciplina parte permanente dos currículos escolares do Brasil.

O Brasil também vai proporcionar mais bolsas de estudos nas universidades do país para estudantes africanos. Inicialmente serão 100 bolsas por ano para alunos carentes em cursos de graduação. Anualmente, pelo programa chamado PEC-G, são distribuídas numerosas vagas em universidades brasileiras para estudantes africanos. Bolsas também já existem para estudantes de pós-graduação. O que se contempla agora é a concessão de bolsas para estudantes que não têm como arcar com as despesas no Brasil. A medida se deve ao aumento do fluxo de estudantes do continente no Brasil. Somente em 2005 estão matriculados em instituições de ensino superior do país 771 alunos africanos.

Na área da saúde, a viagem do presidente do Brasil reforça acordo, ora em fase de negociação complementar, com o governo nigeriano para a transferência de tecnologia para a produção de medicamentos anti-retrovirais, usados no tratamento da aids.

O resgate da dívida social do Brasil em relação à África será representado na visita que o presidente da República fará a Ilha de Gorée, no Senegal. No local, havia uma prisão para escravos que seriam transportados para o Brasil. Na ocasião, Lula inaugurará uma placa em reconhecimento a esse fato, marco histórico em nossa formação colonial. Em Gana, o governo brasileiro assina acordo para a restauração da Casa do Brasil ("Brazil House") que no século XIX acolheu escravos libertos e retornados de diversas partes do território brasileiro. A restauração do local será financiada pelos governos do Brasil e de Gana, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e por empresas privadas. A idéia é transformar a Casa do Brasil em um centro cultural e de combate à aids.

Ainda na área social Brasil e Nigéria assinam acordo de cooperação pelo qual se ampliam as atividades de troca de informações e pesquisas sobre a produção de frutas, arroz e milho, além de outros produtos tropicais. Acordo semelhante de cooperação será assinado com os Camarões na área da cultura de cacau.

Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República

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