A comunidade internacional trata Guiné-Bissau como uma criança, expressando a sua preocupação e deixando recados, sem se lembrar que os guineenses já demonstraram uma maturidade política bem acima das suas expectativas e que o país, embora tendo todos os ingredientes para uma guerra civil prolongada, está em paz.
Evidentemente, há manobras políticas na véspera de eleições e evidentemente na Guiné-Bissau, qualquer movimentação à volta deste ou daquele grupo ou desta ou daquela pessoa vai envolver questões étnicas, porque Guiné-Bissau é formada por Balanta, Fula, Manjaca, Mandinga, Papel, e por aí fora.
Porém , nomear Kumba Ialá como candidato presidencial do PRS (Partido de Renovação Social) não constitui uma provocação, como diz o Conselho de Segurança, mas sim, um acto de estupidez. Deixem os guineenses decidir se querem que esse político de volta.
O Conselho de Segurança teme que a movimentação política em Guiné-Bissau vai levar a uma interrupção do processo eleitoral que culmina com as eleições presidenciais em Junho.
No entanto, movimentação política em qualquer outro país +e descrito habitualmente como sinais de democracia e se bem que Guiné-Bissau tenha tido momentos menos felizes na sua história recente, há que acreditar no povo, há que aceitar que existe uma grande maturidade política neste país e lembrar que os guineenses não são pessoas violentas nem vingativas, antes pelo contrário.
Se as notícias fossem escritas por pessoas que conhecem África e aquilo que escrevem e se as decisões fossem tomadas por pessoas que estiveram no terreno por mais que duas semanas, haveria mais compreensão da Guiné-Bissau na comunidade internacional.
Djibril MUSSA PRAVDA.Ru GUINÉ-BISSAU
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