Contra a Repressão ao Movimento dos Atingidos por Barragens

1 – Quem é e como surgiu o MAB

Na década de 70, foi intensificado no Brasil o modelo de geração de energia a partir de grandes barragens. Usinas Hidrelétricas foram construídas em todo o país, projetos “faraônicos” foram levados adiante com o objetivo principal de gerar eletricidade para as indústrias que consomem muita energia chamadas de eletro-intensivo e para a crescente economia nacional, que passava pelo chamado “milagre brasileiro”, durante a ditadura militar.

Estas grandes obras desalojaram milhares de pessoas de suas terras, uma enorme massa de camponeses, trabalhadores que perderam suas casas, terras e o seu trabalho. Muitos acabaram sem terra, outros tantos foram morar nas periferias das grandes cidades. Desta realidade surgiu a necessidade da organização e da luta dos atingidos por barragens no Brasil, como forma de resistir ao modelo imposto.

2 - 14 de Março - Dia Internacional de Luta Contra as Barragens

Todos os anos, milhares de pessoas pelo mundo organizam manifestações na semana do dia 14 de março, para protestar contra a construção de barragens e exigir um novo modelo energético, com respeito aos rios, as populações ribeirinhas, à vida e à natureza.

No Brasil, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) convidou a todos para se somarem aos atos que foram realizados para pedir solução para a enorme dívida social e ambiental deixada pelas usinas já construídas; e fortalecer a luta por um outro modelo energético, sem barragens.

3 – A ação do Exército contra o MAB.

As vésperas de começar as mobilizações,11 de março, no Estado do Pará, onde recentemente o Exercito fez uma intervenção com o objetivo de “pacificar” Anapu, foi usado com o objetivo de impedir as atividades do atingidos pela hidrelétrica de Tucuruí.

Na operação, o exército classifica claramente os movimentos sociais como “inimigos”. Vários coordenadores do MAB no Pará estão ameaçados de morte por denunciar grileiros e madeireiros ilegais que atuam na região. No entanto, o Estado ao invés de proteger as lideranças populares, as combate e pouco faz para coibir a ação dos fazendeiros.

Fica mais uma vez claro que papel cumpri não só as policias estaduais mas também o Exercito cujo o comandante em chefe é o presidente da republica, ou seja Luiz Inácio Lula da Silva. Nunca é demais lembrar que este mesmo Exercito se encontra em Anapu, também no estado do Pará, para “pacificar” a região depois da morte da religiosa Americana. Dorothy Stang.

Não pode ficar duvida de que lado o Exercito vai reprimir e a segurança de quem eles foram garantir em Anapu, basta ver, como denunciam os companheiros do MAB, que para o exercito os movimentos sociais são o “inimigo”

4 - Contra a criminalização dos Movimentos Sociais. Todo Apoio ao MAB No estado de Santa Catarina no dia 12 do mesmo mês foi ordenada a prisão de 10 agricultores. Os policiais invadiram as casas de várias famílias, ameaçando prender as mulheres dos agricultores caso eles não se entregassem.

Nesta onda repressiva foram detidos os companheiros Edio Grasse, agricultor do município de Celso Ramos; Carlos da Silva e Leodato Vicente (70 anos), agricultores do município de Campos Novos; Dorneles Vicente, Aurélio Dutra, e João Vilmar de Oliveira do município de Anita Garibaldi.

As prisões, como de costume, foram realizadas de maneira ilegal e arbitraria, os presos não sabiam o motivo de suas prisões e inclusive crianças foram levadas para a delegacia.

A explicação dada pela Juíza Adriana Lisboa, que decretou as prisões, foi de que era para garantir a ordem pública. Também foram apreendidos 16 veículos dos agricultores, sob a acusação de que seriam utilizados para transportar integrantes do MAB em seus protestos.

Se esta pratica vira moda, agora teremos uma nova modalidade de prisões no Brasil a prisão preventiva de ativistas que planejam se manifestar.

Ou seja, organizar manifestação passa a ser crime, nos melhores molde de uma ditadura.

A CLMP, diante deste grave ataque ao direito de livre manifestação e organização dos trabalhadores e de mais esse passo dado pelo Estado brasileiro e o governo Lula para reprimir e criminalizar os movimentos sociais se soma à campanha pela libertação dos presos do Movimento pelos atingidos por barragem.

Chama a todas as organizações operárias populares e sindicais a repudiar a repressão organizada pelo Estado brasileiro e que tomem como sua a exigência pela libertação dos presos e a denúncia de mais este crime do Estado.

A CLMP soma-se ao MAB no chamado a que se mandem cartas e mensagens pedindo liberdade para os seus presos políticos e o fim da violência contra os atingidos por barragens.

As mensagens devem ser enviadas para os seguintes endereços:

Adriana Lisboa - Juíza da 2ª Vara da Comarca de Campos Novos -SC Endereço: Praça Lauro Muller, 121 Centro - 89620-000 Campos Novos -SC Telefone: (49) 551 0400/ 0402 - Fax: (49) 551 0407 E-mail: [email protected] Ronaldo José Benedet - Secretário da Segurança - SC Endereço: Rua Esteves Júnior, 80 centro - Florianópolis SC - 88015-530. Telefone: (48) 251 1112/1113 - Fax: 251 1120 e-mail: [email protected] Dilma Roussef - Ministra de Minas e Energia Endereço: Esplanada dos Ministérios - Bloco U - 70065-900 Brasília-DF Telefone: (61)319 5041/5452/5073 - Fax: (61)319 5074 E-mail: [email protected] Com cópia para: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

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