O QUE ESPERAR DE UM PORCO ALEM DE UM GRUNHIDO

A intervenção federal no sistema de saúde da Prefeitura do Rio de Janeiro está revelando apenas a ponta do iceberg do problema da saúde no Brasil, onde, principalmente nas grandes cidades, a população que depende do SUS, não consegue atendimento digno para suas necessidades. Isto se deve a má administração das verbas que provêm do Ministério da Saúde que muitas das vezes são desviadas e se transformam em casas e automóveis para alguns políticos e seus familiares. Isto se torna fácil neste país, pois tanto para o governo do país de todos bem como para seus antecessores, é melhor presumir que todos os governantes são honestos que preocupar-se com fiscalização.

Todavia, o que está ocorrendo com a saúde no restante do país pouco importa neste momento. Nem todas as cidades do Brasil têm prefeitos que publicamente se declaram candidatos à presidência da república e começam a criticar a administração federal. O prefeito do Rio de Janeiro César Maia que é o pré-candidato do PFL à presidência, deveria ser silenciado. A propósito, a estratégia do governo aparentemente funcionou, pois não se veicula mais nos meios de comunicação a propaganda que diz que o Brasil precisa de homens como César Maia.

César Maia está em seu terceiro mandato a frente da prefeitura do Rio de Janeiro e nas últimas eleições, foi reeleito no primeiro turno, mesmo com o sistema de saúde do município, em frangalhos pelo que se presume que eleitorado está satisfeito. Realmente, em alguns campos, a administração César Maia tem demonstrado alguma eficiência que merecem algum registro, como o programa Favela-Bairro e no controle das contas públicas.

Com relação às contas da Prefeiturqa, houve um episódio digno de uma atração circense. Numa ocasião em que o município estava com tamanha folga em seus cofres e que o governo do Estado necessitava de auxílio, foi possível o oferecimento de um empréstimo de cem milhões de reais ao governo do estado que está nas mãos dos maiores desafetos:de Maia, Anthony e Rosinha Garotinho. Mas este empréstimo estava condicionado a que o então Secretario de Segurança, Garotinho, retirasse as críticas feitas a César Maia. O que não foi feito e o Estado ficou sem o empréstimo.

Recentemente, algo ainda mais cômico ocorreu, quando César Maia declarou que não dispunha de recursos para algumas das obras para abrigarem os Jogos Pan-americanos. Então a governadora Rosinha Matheus ofereceu ao município, os recursos, desde que3 o prefeito pessoalmente fizesse a requisição. Então Maia subitamente, declarou que dispunha dos recursos e que não seria necessário quaquer empr4éstimo. De qualquer forma, se |Maia está blefando ou não, jamais ele irá se humilhar como deseja a governador4a.

César Maia e Rosinha Matheus, responsáveis por este espetáculo circense, estão no comando do município e do estado do Rio de Janeiro.

Alguns políticos profissionais como César Maia sabem que investimento em saúde, não gera imediatos dividendos políticos, como investir em obras de embelezamento, como o projeto Rio Cidade, por exemplo, pois não é sempre que se necessita do sistema de saúde; a menos é claro, que como acontece quase sempre, constroem-se grandes e belas estruturas para abrigarem hospitais e postos de saúde com espetaculares inaugurações, mas não se contratam profissionais para trabalharem neles nem se adquirem equipamentos.

Com a intervenção federal no sistema de saúde do Rio de Janeiro, que está sendo amplamente divulgada, o governo do país de todos está matando dois coelhos com uma só cajadada: está mostrando que é forte quando necessário, está fazendo o povo sorrir, ao menos por algumas semanas e está desmantelando a pré-candidatura de César Maia à presidência. Entretanto, esquecido este episódio, tudo voltará ao normal, como voltará ao normal, ou seja à saúde no Rio de Janeiro voltará ao abandono, assim como voltará ao abandono o caso da terra sem lei, no Pará. Afinal, o que esperar de um porco alem de um grunhido.

A propósito, deve-se um pedido desculpas à espécie dos suínos, pois não é justo relacioná-los a uma espécie tão sórdida como é a classe política brasileira.

Jose Schettini Petrópolis, RJ

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