O PT, através de seus militantes, ativistas e dirigentes, participa da construção do Fórum Social Mundial desde sua origem. A importância e o valor que o PT confere ao FSM se expressam pela presença e participação do presidente Lula por quatro vezes duas na condição de líder do Partido e duas na condição de presidente da República.
O FSM nasceu como esperança e como promessa de milhões de pessoas, espalhadas por todo o planeta, de que é possível construir um mundo melhor. Um mundo sem guerras, um mundo que preserve o meio ambiente, um mundo que respeite a dignidade humana através da construção de sociedades justas.
Contra a visão unilateralista, hoje hegemônica, o Fórum propõe o pluralismo. Contra a imposição imperial de uma única cultura civilizacional, o Fórum dissemina o respeito ao multiculturalismo. O próprio evento em si é uma prática multicultural, mostrando que etnias, povos e religiões podem viver, lado a lado, de forma pacífica e solidária.
A experiência do FSM é uma prova de que é possível construir uma globalização cosmopolita como alternativa à globalização unilateral, da qual somente as potências hegemônicas e suas elites, junto com as elites dos países em desenvolvimento se beneficiam às custas da perduração da pobreza para, praticamente, a metade da humanidade. Trata-se, portanto, de organizar um movimento de resistência à dominação hegemônica e de construção positiva de um mundo cosmopolita integrado por Estados, governos, movimentos sociais, partidos políticos, indivíduos, intelectuais e a juventude, visando reduzir as desigualdades e as injustiças e estabelecer trocas e intercâmbios mais iguais em todos os âmbitos da vida e das necessidades humanas.
O Fórum Social Mundial pode e deve contribuir para soldar uma rede mais consistente de lutas transnacionais, reformar e constituir um novo direito internacional mais democrático e eqüitativo, preserva o patrimônio comum da humanidade em termos de recursos e ambientes essenciais à sobrevivência digna da humanidade e garantir a sustentabilidade do desenvolvimento econômico e social em escala planetária. Integram essas lutas transnacionais a preservação da biodiversidade, dos fundos marinhos e dos recursos hídricos, as lutas ambientais, o combate à fome, à pobreza e às epidemias e a defesa de uma ordem comercial justa entre Estados, povos e mercados.
Depois de cinco edições, o FSM está apto a proceder a uma avaliação retrospectiva de seu significado visando dar um salto de qualidade para o futuro. Acreditamos que o Fórum, além de dar continuidade aos debates, integrações e entrelaçamentos de experiências, pode contribuir mais com a definição de alternativas concretas de propostas, projetos e lutas para movimentos, organizações sociais, partidos políticos e instituições públicas. E pode prestar uma contribuição inestimável na organização e na soldadura de lutas transnacionais, com o objetivo de resistir à dominação hegemônica e de avançar na construção de uma globalização cosmopolita e solidária. É com estas expectativas e com estas esperanças que, em nome dos petistas de todo o Brasil, saudamos e confraternizamos com os participantes do Fórum Social Mundial, reunidos em Porto Alegre.
José Genoino Presidente do PT Porto Alegre, Janeiro de 2005
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