Fábrica nacional vai garantir auto-suficiência de hemoderivados

O presidente Lula sancionou, em dezembro do ano passado, a lei que autoriza a criação da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás). Com a fábrica, o País vai poder fracionar o plasma para produzir derivados do sangue como os fatores VIII e IX de coagulação, essenciais para os hemofílicos.

A previsão é de que a Hemobrás comece a funcionar em três anos, com capacidade para fracionar em torno de 400 mil litros de plasma por ano. A fábrica vai produzir, além dos fatores VIII e XI, albumina, imunoglobulina e complexo protrombínico, hemoderivados usados em cirurgias, tratamento de queimados, insuficiência renal, etc. A produção nacional vai atender a nove mil portadores de hemofilia e milhares de pessoas tratadas dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). O coordenador da Política Nacional de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, João Paulo Baccara, explica que o Brasil já dispõe de plasma excedente (o que sobra do uso em transfusões) suficiente para ser fracionado na fábrica. "O que devemos fazer agora é qualificar o plasma para poder ser usado em escala industrial. Isso diz respeito ao armazenamento adequado entre outros critérios necessários", diz.

Atualmente, o Ministério da Saúde desembolsa US$ 100 milhões anuais na importação de hemoderivados. A expectativa é que em cinco anos o País já consiga suprir as necessidades internas desses medicamentos. Existem hoje três fábricas (PE, RS, DF) em funcionamento no Brasil, que fracionam apenas 8,5% da necessidade nacional de albumina.

A fábrica da Hemobrás será construída em Recife (PE), local que dispõe de experiência em transporte, recebimento e armazenagem do plasma e no fracionamento em escala semi-industrial. O Estado ainda tem à disposição profissionais especializados capazes de realizar treinamento com os futuros técnicos da fábrica.

O valor estimado para construção da indústria é de US$ 60 milhões. Ao governo federal cabe financiamento de no mínimo 51% do capital social da Hemobrás, e o restante ficará a cargo de estados ou de entidades da administração indireta federal ou estadual. A consolidação da fábrica nacional, além da auto-suficiência em hemoderivados, vai promover a geração de centenas de postos de trabalho e o desenvolvimento de uma tecnologia que até então não está disponível no Brasil. De acordo com Baccara, a Hemobrás vai propiciar o desenvolvimento regional ao trazer para o Nordeste uma indústria com tecnologia de ponta.

Outro benefício será a possibilidade de abastecer, a preços competitivos, outros países com o excedente desses medicamentos produzidos por biotecnologia, já que os feitos à base de sangue humano não podem ser comercializados, como determina a Constituição brasileira.

Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República

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