Coordenadora Distrital de Braga do Bloco de Esquerda
Por um Hospital Público, Central, de apoio ao ensino universitário.
O Bloco de Esquerda, desde há cerca de 3 anos que vem tomando posições públicas de alerta e denúncia sobre o modelo de gestão que o ministério da saúde pretende colocar a concurso para o novo hospital de Braga.
O modelo de Parceria Público-Privado (PPP) mais não visa do que entregar a um grande grupo financeiro o Projecto, Construção e a Gestão do novo hospital. Provavelmente ao mesmo grupo a que pertence o actual ministro da saúde. Isto para um período que se prevê de 20-30 anos.
Para nós a Saúde é um Direito e que, como tal, deve ser garantido pelo Estado. A Saúde não deve ser encarada como um negócio que, como todos os negócios, se orienta para a obtenção de lucros. Não se trata duma crença ou de uma posição meramente ideológica como demagogicamente alguns pretendem fazer crer. É antes de mais o resultado das evidências produzidas noutros países, plasmadas em inúmeros trabalhos académicos, segundo as quais este tipo de modelo esteve na origem de graves retrocessos nos locais onde foi ensaiado bloqueios no acesso, selecção de patologias mais rentáveis em desfavor de doenças crónicas, aumento dos encargos financeiros e diminuição da qualidade dos serviços prestados.
Nesta linha de pensamento felizmente não temos estado sós.
O Conselho Geral do Hospital de São Marcos e a Escola de Ciências da Saúde (ECS) da Universidade do Minho (UM), já por diversas vezes fizeram eco da sua discordância quanto ao modelo de parceria públicoprivado, e aos perigos que daí podem advir para as componentes universitárias de ensino e investigação. No mesmo sentido se pronunciou, há cerca de um ano, o então secretário-geral do PS no final duma visita à ECS da UM.
Encontrando-se o actual governo em meras funções de gestão e tratando-se duma opção estratégica estruturante do ponto de vista da política de saúde e com relevantes repercussões para um espaço temporal tão dilatado, o Bloco de Esquerda defende e exige a imediata suspensão da abertura do concurso para a construção / gestão do novo hospital de Braga nos termos decididos por um governo que perdeu a legitimidade para tomar opções desta natureza.
Rejeitamos ainda que o lançamento de tão gravosa medida, a coberto de ser anunciada como ponto de partida para a construção dum equipamento de tão importante relevância social, seja utilizada, no actual contexto, como um intolerável acto de propaganda eleitoral.
Defendemos que após as próximas eleições para a AR, o governo daí emergente retome o processo no ponto em que se encontrava em Agosto de 2001 reactivação do projecto cujo concurso estava concluído e adjudicado, não resultando daqui nenhum atraso substancial para uma obra que já leva 20 anos de promessas. A oposição ao modelo público-privado para o futuro hospital de Braga é uma luta política urgente na defesa e salvaguarda dos interesses e direitos dos cidadãos de toda a região Minho e dum Serviço Nacional de Saúde justo, solidário e de qualidade.
Esta é uma batalha que vale a pena travar sem protagonismos nem equívocos.
A COORDENADORA DISTRITAL DE BRAGA DO BLOCO DE ESQUERDA
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