Medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB registrou que a produção, que vinha crescendo desde o final de 2003, ganhou mais velocidade em 2004. Entre julho e setembro o PIB aumentou 6,1% em relação ao mesmo período de 2003. Um desempenho recorde: foi a maior taxa de crescimento desde o julho-setembro de 1996, quando a taxa alcançou 6,3%.
Os investimentos, por sua vez, cresceram 20,1% no mesmo período. Isto significa que estão sendo produzidas mais máquinas, equipamentos e novas construções, o que gera empregos agora e no futuro com a utilização dessas máquinas e prédios. Este foi o melhor resultado desde 1994, o que mostra a confiança dos empresários neste ciclo de crescimento da economia. De acordo com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, o desempenho da economia, que superou as expectativas dos analistas econômicos, é fruto da série de ajustes implementados pela política econômica.
Em 2004, de janeiro a setembro, o PIB cresceu 5,3%. De outubro de 2003 a setembro de 2004, a variação foi de 4,2%. De acordo com o IBGE, a indústria foi a atividade que teve desempenho mais expressivo, 2,8%. Também é importante lembrar que a construção civil que vinha em queda nos últimos três anos aumentou 6%, gerando empregos, renda e moradia para a população.
O crescimento da produção industrial teve um grande impulso vindo da agropecuária. A expansão das lavouras em 5,6% neste ano, isso apenas até julho-setembro tem fornecido matéria-prima para a indústria e colaborado para o crescimento de 18,6.% nas exportações e na geração de renda e empregos, principalmente no interior do País. Maior renda na agricultura gera mais compras de bens industriais, não apenas para consumo, mas também para modernização da produção, com a aquisição de mais e melhores máquinas agrícolas.
O crescimento da produção e o aumento no número de empregos, levou a uma expressiva elevação do consumo das famílias, que cresceu 5,7% no 3º trimestre de 2004, sendo a maior taxa desde o segundo trimestre de 1997. Isto foi o resultado da elevação da massa salarial dos trabalhadores no trimestre em 5,3%, e da forte expansão do crédito à pessoa física, principalmente com o microcrédito e o desconto em folha de pagamento, e com taxas de juros bem abaixo das praticadas no mercado.
As exportações de bens e serviços cresceram 18,2% e as importações, 17,7%, mantendo a trajetória ascendente da taxa, iniciada no terceiro trimestre de 2003. Este é o maior aumento desde o primeiro trimestre de 2001.
O IBGE também atualizou o desempenho da economia brasileira em 2003, para incorporar a nova série de Pesquisa Industrial Mensal. Também foram incluídos os dados referentes a nova série do crescimento demográfico, a série de produção ambulatorial do Sistema Único de Saúde e os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2003. O PIB de 2003 foi calculado em R$ 1,56 trilhão, apresentando variação de 0,5% em relação ao ano anterior. A renda per capita ficou em R$ 8.694,50. A agropecuária foi o setor mais dinâmico, com crescimento de 4,5%. O setor de serviços registrou variação de 0,6% e a indústria ficou estável. No ano passado, as exportações apresentaram crescimento de 9%.
Segundo os analistas do IBGE, o crescimento da atividade agropecuária no ano passado veio do bom desempenho dos produtos da lavoura, tanto em termos de quantidade produzida, quanto no que se refere aos preços obtidos na negociação dos produtos. A participação desse setor na economia passou de 8,7% em 2002 para 9,9% em 2003. No setor serviços, comércio e serviços prestados às empresas foram os únicos que registraram quedas em 2003. Nas atividades industriais, destacaram-se Fabricação e Manutenção de Aparelhos e Equipamentos Eletrônicos (8,9%), fabricação de Elementos Químicos (7,8%) e Fabricação de Máquinas e tratores (7,4%).
A dependência externa foi reduzida em 2003. O setor externo, no ano passado, registrou superávit, o primeiro desde 1992. A necessidade de financiamento externo de US$ 7,7 bilhões registrada em 2002 converteu-se em capacidade de financiamento de US$ 4,0 bilhões. O comportamento das exportações de bens foi a principal causa desse desempenho, com cifra recorde de US$ 73,1 bilhões, enquanto que as importações somaram US$ 48,3 bilhões, ou seja, saldo positivo de US$ 24,8 bilhões.
Outro indicador importante foi o crescimento da poupança do setor privado, que passou para R$ 333,7 bilhões - R$ 74 bilhões a mais que em 2002. Este resultado compensou o déficit da poupança do setor público, que foi da ordem de R$ 16,5 bilhões.
Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República
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