Há uma definição comum a todos os dirigentes do P-SOL de que não há nenhuma hipótese de aliança com o PPS. Esta definição é categórica particularmente no Rio Grande do Sul, onde o PPS tem um perfil claramente de direita, abriga o ex governador Antonio Britto e seus aliados, tendo construído em torno de seu candidato à prefeitura uma aliança que uniu os partidos mais representativos da direita gaúcha ( PP, PFL, PSDB, PTB) do latifúndio e do grande empresariado.
- Em relação ao PDT, todos os documentos em debate no P-SOL apontam um partido hegemonizado por forças vinculadas ao status quo. Em nível nacional não faltam exemplos que comprovam esta hegemonia, como a frente oposicionista conjunta com o PFL, e agora a possibilidade de fusão com o PPS apenas confirmaria um caminho que não é de esquerda nem anti imperialista. Aqui no Estado esta opção se materializa no apoio a Fogaça e na participação no governo Rigotto. Eu valorizo imensamente a existência de lideranças honestas, com vínculos com o passado nacionalista do PDT, com as quais tenho boas relações, mas não vejo nenhuma hipótese de aliança com o partido.
- Acredito que o desafio de construir um pólo de esquerda ao governo Lula passa longe da construção de alianças eleitorais com estes partidos e passa sim pela aliança com os movimentos sociais e com lideranças de esquerda que rompam com Lula e estejam dispostas a construir um programa alternativo para o país que parta da suspensão do pagamento dos juros da dívida e de uma concepção anti capitalista e anti imperialista. Nosso projeto busca aglutinar ao máximo possível correntes de pensamento, militantes e organizações socialistas opositoras ao projeto da classe dominantes hoje encabeçadas pelo PT e ao mesmo tempo construir aliança com as organizações da classe trabalhadora do povo organizado dos setores médios empobrecidos.No campo partidário é mais difícil pois suas superestruras estão em crise, esvaziadas de conteúdo, e, embora pretendam representar os setores médios que queremos atrair para nosso projeto, em verdade representam mais seus interesses fisiológicos.
- Nossa aliança é com os movimentos sociais, o MST, MTL, os sindicatos, as entidades democráticas, populares e estudantis, a Consulta Popular, os setores de esquerda da Igreja. Nos partidos vemos possibilidade de aliança com o PSTU, o PCB, com setores de esquerda do PT, do PCdoB, e algumas lideranças do PDT e PSB que não aceitam a linha majoritária das direções de seus partidos que são enquadradas por Lula ou pela direita.
- Acreditamos que o P-SOL e a candidatura à presidência da Senadora Heloísa Helena tem a vocação para encabeçar esta frent e política, que deve abarcar outros setores não necessariamente vinculados ao P-SOL, particularmente dos movimentos sociais e dos descontentes do PT, cujo embate político em 2005 deve provocar o surgimento de lideranças que mesmo sem disposição de romper com o partido neguem se a apoiar Lula para um segundo mandato de aplicação do modelo neoliberal.
- Eu, a Senadora Heloísa Helena e todos os dirigentes do P-SOL estamos empenhados neste caminho e para concretiza-lo estaremos percorrendo mais uma vez todas as capitais do país durante o ano de 2005, construindo com os movimentos sociais e com os militantes da esquerda socialista um programa de emergência para tirar o país da crise sob o ponto de vista dos interesses da maioria do povo.
Luciana Genro, deputada federal (PSOL/RS)
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter