FHC e Lula - buscando se valorizar diante da banqueirada nacional e internacional - estão se duelando frente aos olhos e ouvidos indignados de toda população, para ver quem vendeu mais o Brasil, quem mais nos entregou aos desmandos dos especuladores internacionais, qual foi mais eficiente na política antipatriótica do liberalismo. Os dois estão se revelando deslumbrados com o canto da sereia internacional, aquela que leva o ingênuo marinheiro para o fundo do mar, do poço.
Está sendo vergonhoso para todos nós assistir este duelo entre iguais, sem o menor constrangimento, na frente de todos. Será que é só isso que um ex-presidente e um presidente em meio mandato tem a fazer por toda uma nação, uma pátria?! Antes de tudo, esta brigazinha de políticos presta um profundo desserviço ao povo brasileiro, que só encontra maus exemplos nos seus representantes, seus governantes. Sinceramente, não merecíamos testemunhar atitudes desta extirpe. Isto apenas revela o comprometimento de cada um em servir aos verdadeiros interesses da Nação, do povo brasileiro.
Lula, julgando-se melhor e até superior que FHC, rebateu o ex-presidente dizendo que: "Encerrada a luta pela redemocratização, Estados nacionais e projetos legítimos de transformação foram submetidos a um enquadramento econômico e político dotado de pressão máxima. Uma receita ortodoxa foi transplantada para nossos países como se fosse possível realizar, aqui, a mesma trajetória conduzida pelas facilidades existentes nos países ricos". Bom, até aqui, em nome da política fiscal imposta pelo FMI, o governo Lula tem se esmerado em não gastar, em recolher dinheiro arrecadado junto ao povo, para pagar juros da dívida em nome de um superávit primário. Todos os ministros do governo Lula são unânimes em dizer que não têm verbas nos ministérios. Então, de qual enquadramento econômico e político dotado de pressão máxima Lula está falando?! Do aceito e assumido por ele ou o do implantado pelo FHC? A receita ortodoxa que Lula diz, é aquela que exige que todo dinheiro arrecadado pelo governo por meio dos impostos, não pode ser investido aqui, no nosso desenvolvimento, no crescimento do país, e sim, para pagar religiosamente os juros da dívida, aquela que Lula e o PT juravam fazer uma auditoria.
As facilidades desenvolvimentistas não existem em nosso país por que os nossos governantes aceitam, servilmente, sempre, as determinações do FMI. Isto fazia o governo FHC e isto faz o governo Lula. Está nos jornais de toda imprensa pátria a notícia de que o segundo homem do governo, o ministro Antônio Palocci Filho, foi pedir ao FMI autorização para investir R$ 2,5 bilhões na recuperação das nossas estradas. Meus Deus, isto é de um disparate sem tamanho. Afinal, quem governa o Brasil, Lula ou o FMI?! Assim como no governo FHC, quem governa o Brasil hoje é mesmo o FMI.
Lula, coitado, sem ter a exata noção das suas palavras, disse mais: "Para a América Latina, esse processo significou um trágico empobrecimento. O PIB (Produto Interno Bruto) per capita ainda não recuperou os níveis de 1997, ou seja, são sete anos de estagnação e retrocesso na renda da população". Até agora, dois anos de governo Lula, o salário mínimo só tem perdido seu poder aquisitivo. Se formos lembrar do ínfimo aumento definido e defendido por seu governo então... Depois, para nos deixar ainda mais preocupados com sua capacidade de compreensão do seu governo e seu papel frente à presidência, declarou: O que o povo não mais tolera é esse êxodo de homens, mulheres, jovens, velhos e crianças, expulsos da terra, do emprego, da dignidade e da democracia". Ele é mesmo um presidente surreal. O que é que a CUT, CNBB e o Movimento dos Sem-Terra estão dizendo dele, do seu governo?! Será que ele não lê jornais, não vê televisão?
Lula, Lula, até agora você só está sendo competente em um único quesito, nos decepcionar...
Petrônio Souza Gonçalves jornalista e escritor
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