AEROPORTO DE VITÓRIA

Venho discutindo há algum tempo aspectos vinculados ao atual projeto de reforma e ampliação do aeroporto de Vitória, na trilha de sonhos do passado, com conhecimento de todas as marchas e contra-marchas que tem marcado a luta pela conquista desta obra, fundamental ao desenvolvimento turístico e econômico de nosso Estado.

Nossa luta, ao lado de tantos outros, sempre esteve voltada para os interesses maiores do Espírito Santo, mesmo tendo que atropelar algumas informações e conceitos que estão incrustados no projeto atual. Nossa posição, portanto, é inteiramente favorável à implantação de um aeroporto doméstico, com todos os padrões de sua faixa de atendimento, gerando segurança, conforto, eficiência e respeito pelos nossos fluxos e pelas novas correntes de negócio que estão descobrindo o nosso Estado e suas potencialidades.

Precisamos destacar estes aspectos de nossa posição, principalmente para corrigir alguns amigos, que achavam que estávamos contra o projeto, reafirmando que estamos ao lado de um aeroporto doméstico e contra a implantação de uma nova pista, já que obstáculos e exigências técnicas respeitáveis, induzem a um exame mais profundo do assunto.

A viabilidade de um grande aeroporto de cargas tem sustentação, sem dúvida, nas perspectivas que apontam para o período 2005/2010 investimentos globais no Estado que chegam a 45 bilhões de reais, na esteira do petróleo, da siderurgia, da refinaria, do mineroduto, do gás, da celulose, da ampliação do parque industrial no interior e na área metropolitana, da pelotização, do agronegócio, da importação e exportação, do mármore e do granito, tudo sustentado por uma logística que exigirá, sem falsos rodeios, um aeroporto internacional que não pode e não deve estar acoplado ao projeto de reforma e ampliação de Goiabeiras.

A construção de uma nova pista, orçada em 90 milhões de reais, poderá se transformar amanhã num verdadeiro “ elefante branco “, colocando em risco pousos e decolagens. Nossa preocupação está voltada para a necessidade de livrar os futuros usuários da incidência do vento nordeste, de configurações de objetos e edificações, de elevados ruídos e do abusivo ir e vir de aeronaves pesadas e forçadas que, ultimamente, tem subido praticamente vazias, com custos antieconômicos e uma viabilidade discutível, pois muitos de nossos segmentos de exportação estão utilizando aeroportos de Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, certos estas administrações que o projeto do aeroporto internacional, ora sendo discutido para Goiabeiras, em nada os afetará.

O que eles podem temer é o acordar de bom senso que levará o Estado a lutar pela implantação de um aeroporto internacional de cargas no únicos locais em que ele será viável, com pistas de 3.500 a 4.000 metros e largos horizontes sem obstáculos, sem ventos preocupantes e infinitamente mais seguros e economicamente rentáveis no mix mais importante dos investimentos programados para o Estado. O local, ao que nos consta e está bem justificado, é Setiba, em Guarapari, com projeto já aprovado pelo DAC.

Posso, portanto, dizer que não mudei. Estou lutando pelo projeto de um moderno aeroporto doméstico em Goiabeiras, porque acredito que esta posição está identificada com os interesses maiores do Estado, meu berço e inspiração. Como ainda não me provaram que estou errado, vou permanecer capixaba de corpo inteiro. Torcendo para tudo dar certo.

Como o Barão de Itararé, posso repetir sua máxima: “ Triste não é mudar. Triste é não ter idéias para mudar “.

J.C.Monjardim Cavalcanti é jornalista e ex-Secretário de Comunicação do ES

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