54 milhões vivem com até R$ 100 no Brasil

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou hoje um estudo sobre desenvolvimento, população e pobreza no Brasil que aponta que 54 milhões de pessoas vivem no país com rendimento inferior a meio salário mínimo (R$ 100) este número é equivalente a quase um terço da população brasileira.

O estudo do IBGE compõe o quadro brasileiro em um estudo mais amplo realizado pela ONU (Organização das Nações Unidas), também divulgado hoje, sobre a situação da população mundial.

De acordo com a pesquisa, desses 54 milhões considerados pobres e indigentes, 5 milhões de pessoas não têm rendimento algum. Dentro do país, as desigualdades são acentuadas: no Nordeste, a proporção de pessoas que vive com até um salário mínimo é de quase 51%, enquanto no Sudeste não chega a 18%.

Ainda segundo o relatório do IBGE, apenas 31,6% da população que vive com meio salário mínimo tem acesso a saneamento básico. Ou seja: mais de 37 milhões de brasileiros não podem utilizar a rede geral de água, esgoto e coleta de lixo. No Nordeste, mesmo no grupo de pessoas que ganham mais de dois salários mínimos, 23% não vivem em áreas com condições adequadas de saneamento.

Em nível mundial, as disparidades de renda e de acesso aos diversos recursos têm se acentuado. No mundo, a diferença entre o rendimento per capita dos 20% mais ricos e dos 20% mais pobres aumentou de 30 para 1, em 1960, para 78 para 1, em 1994.

Ao analisar as medidas urgentes para a redução das desigualdades sociais no mundo, a ONU estabelece metas, como a redução à metade, até 2015, da pobreza e da fome no mundo; da mortalidade materna e de crianças; dos casos de infecção por HIV; de desigualdades entre os sexos, além do incentivo ao desenvolvimento sustentável do meio ambiente.

Segundo o relatório da ONU, tem sido mais fácil conseguir progressos rápidos nos países que forneceram serviços de saúde reprodutiva, planejamento familiar e que aumentaram a cobertura e a qualidade da educação, promovendo a igualdade entre os sexos.

Os investimentos no serviço de saúde básicos constituem, nos países em desenvolvimento, apenas uma parte do valor necessário, diz o relatório mundial. Os países de baixo rendimento gastam US$ 21 per capita ao ano com todos os tipos de cuidados com a saúde, sendo a maior parte despendida em serviços curativos, em detrimento dos cuidados preventivos.

Leia mais: IBGE: 77% dos pobres são negros ou pardos Disparidade entre gêneros aumentou na última década, diz ONU Fonte: www.pt.org.br

Márcia MIRANDA PRAVDA.Ru BRASIL

Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter

Author`s name Pravda.Ru Jornal
X