As declarações de Marcelo Rebelo de Sousa à Alta Autoridade para a Comunicação Social esclareceram três pontos:
1. Que foi pressionado por Paes do Amaral para alterar o conteúdo das suas intervenções na TVI e que a conversa que os dois tiveram foi sobre este assunto e não sobre as matérias enumeradas por Paes do Amaral no Parlamento;
2. Que essas pressões estariam ligadas a diligências que o Administrador da Media Capital teria de fazer, resultado de um negócio com uma cadeia televisiva estrangeira;
3. Que as declarações de Rui Gomes da Silva foram uma pressão sobre a TVI e que a TVI nunca reagiu contra elas;
Perante estas declarações, o Bloco de Esquerda conclui:
1. Que Paes do Amaral mentiu ao Parlamento, estando agora obrigado a explicar-se, pelo respeito que deve a um órgão de soberania;
2. Sabendo-se agora o tema da conversa entre Paes do Amaral e Marcelo Rebelo de Sousa, o administrador da Media Capital deve esclarecer se as diligências necessárias se relacionavam com algum órgão do Estado ou empresa por ele participada;
3. Ficam esclarecidas as razões porque a maioria não quis ouvir, em sede de comissão, Marcelo Rebelo de Sousa.
Assim, o Bloco de Esquerda exigirá nova presença de Paes do Amaral no Parlamento, para esclarecimento cabal desta situação e daquilo que poderão ser declarações falsas dadas a este órgão de soberania. O Bloco de Esquerda proporá a criação de uma Comissão de Inquérito sobre todos os negócios entre o Estado, empresas de capitais públicos e os grupos de comunicação social e o processo de concentração da propriedade dos órgãos de comunicação social.
Com estes esclarecimentos, que deixam claras tentativas de censura e de pressão sobre a liberdade de imprensa, o Bloco de Esquerda considera que estamos perante uma crise de regime que exige todo o rigor no esclarecimento da verdade dos factos.
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