Um bezerro Brasil

Quem ouviu, jura que é verdade. Dizem que Sebastião Quintão, fazendeiro e prefeito eleito de Ipatinga, Vale do Aço mineiro, terra em que o PT dominava com mão de ferro o pleito municipal há 16 anos, depois de anunciada sua vitória contra a caravana petista entronada, estufou o peito e disse com firmeza: “É gente, para desmamar um bezerro de 16 anos como este, só mesmo um fazendeiro bruto como eu...”.

Lula, o torneiro mecânico incompetente e eficiente líder sindical, chegou ao poder dizendo que iria desmamar o bezerro pelego de 8 anos de FHC, e implementar as mudanças necessárias para a retomada desenvolvimentista do gigante deitado em berço esplêndido. Mas, como o nosso presidente nunca foi muito chegado ao trabalho árduo e diário, preferiu juntar-se ao bezerro liberal de FHC e também mamar junto com a banqueirada internacional nas generosas tetas da vaquinha brasil. Agora vem o resultado vexatório pelo tempo de engorda do bezerro liberal no centro do Planalto Central. Segundo a Fundação Getulio Vargas, a miséria cresceu fortemente nas regiões metropolitanas, passando de 16,6% da população para 19,14%, em um ano de governo Lula. A renda caiu de forma acentuada e o desemprego cresceu. A parcela da população brasileira que não ganha o suficiente para comer diariamente o mínimo do mínimo, passou de 26,23% em 2002 para 27,26% no ano passado.

Significa dizer que 47,4 milhões de brasileiros não têm dinheiro para comprar os alimentos que lhe garantam o consumo diário. São 47,4 milhões de brasileiros que vivem diariamente com menos de R$ 3,60. É a indigentização da Nação, uma vergonha institucionalizada. Pior ainda é olhar os índices alarmantes de violência nos grandes centros, com o desemprego aumentando nas grandes cidades e regiões metropolitanas, chegando a 14,23% da força ativa de trabalho. Em outros números, são 14 milhões de desempregados só nas principais capitais do País. Enquanto tudo isso acontece, fica lá o Lulinha paz e amor floreando aos quatros ventos, como vazia o líder sindical, dizendo que a economia vai muito bem, tudo como ele sempre sonhara.

Enquanto isso, na sala da injustiça nacional, Palocci e Meirelles mantêm os juros nas alturas, inviabilizando o desenvolvimento do país e privilegiando o capital especulativo em detrimento do produtivo. Agora vem a constatação do entreguismo de lesa-pátria da dupla falaciosa: O Brasil caiu da nona posição para a décima-sétima em matéria de investimentos estrangeiros.

O capital internacional prefere investir na China, Tailândia, e até na Coréia do Sul. Eles não querem investir no Brasil por que o Brasil é um país devedor e repetidas vezes faz empréstimos junto ao FMI. Os investidores internacionais preferem investir em países que não devem ao Fundo Monetário Internacional, países que têm políticas econômicas solidificas, como é o caso da China comunista.

Enquanto países mundo afora viram as costas para o sanguessuga FMI, o Brasil, por meio do seu generoso presidente, oferece churrasco ao fundo, assando de uma vez por todas nossas esperanças de mudança. Da vizinha Argentina vem o exemplo, após romper e renegociar com o FMI: o país, depois de todas as agruras do liberalismo de Menem, o FHC de lá, agora cresce a índices de 9,5% ao ano. E o Brasil de Lula e do FMI a índices de 3,5% ao ano, muito abaixo da metade da Argentina. Tudo isso por que temos um meio governo, uma meia política de valorização nacional, um meio presidente.

E Lula, o presidente sindicalista da banqueirada nacional e internacional, quer ainda, ao exemplo do seu ídolo FHC, ficar mais quatro anos no poder, para gerir e solidificar esta política liberal que está aí, alicerçada por Palocci e Meirelles. Tudo isso na nossa cara, que a cada dia se espanta ainda mais com os desmandos de um governo eleito com a vontade maior do seu povo, vendendo a esperança para, no poder, implementar a política do medo, da mentira, da libertinagem institucional. Sinceramente, mingúem sonhava com um país assim, muito menos com um Lula tão...

De São Paulo, centro do governo central, vem o recado aos nossos governantes. Entre todas as prefeituras que o PT já governava, 100%, o partido só conseguiu se manter no poder em 10%, ou seja, o PT teve 90% de reprovação no seu estado natal. O povo brasileiro já começa a ter medo do partido dos ex-trabalhadores.

Petrônio Souza Gonçalves jornalista e escritor e-mail: [email protected]

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