MAHATMA LULA

O presidente brasileiro, Lula, aparentemente, está para se tornar uma espécie de Nasser para os povos dos países subdesenvolvidos. Na conferencia I;M;C;TA;D;. por exemplo. ele sugeriu a adoção de um novo plano Marshall, nos moldes do plano de ajuda norte-americano aos países da Europa do pós–guerra, desta feita para os países subdesenvolvidos. Talvez Lula consiga convencer o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush a se esquecer um pouco do terror e ser um pouco mais compreensivo com os povos mais necessitados executando tal plano que, uma vez que em 1947 foi idealizado pelo então secretário de estado George C. Marshall, nada mais justo que hoje seja chamado de Plano Powell.

No entanto, o que Lula está realmente desejando e para tanto, não hesita em emprestar a sua imagem de estadista, é a cruzada contra a fome e a pobreza no mundo. Ele até mesmo convocou um encontro para discutir meios para a execução de tal programa inclusive sugerindo a implantação de um imposto sobre o comercio internacional de armas ou sobre o capital especulativo que vagueia pelos mercados financeiros do mundo, para gerar recursos para este fim. Este discurso, no entanto, não e novidade, Lula tem tentado espalhar os ventos da caridade universal desde que assumiu a presidência. Para os povos do mundo, no entanto, tamanha preocupação deve significar que no Brasil não há fome ou que pelo menos haja um número bem reduzido de pessoas socialmente excluídas, pois se um líder de alguma nação solicita uma ação de seus colegas, presumivelmente, tal ação foi implantada com sucesso em seu próprio país. A questão é o que faz Lula acreditar que homens como George W. Bush e Tony Blair irão se engajar em tal projeto?

O programa de combate a fome no Brasil é ridículo. È uma doação de esmolas, oficial. De acordo com os números do programa dos quais Lula tem tanto orgulho de publicar, mais de 5 milhões de famílias já foram atendidas. Todavia, se o governo não estivesse tão preocupado em fazer o dever de casa com o FMI, mantendo o seu superávit primário num alto nível, este número poderia ter sido 3 vezes maior. Diz o dito popular que “ao contrário de se dar o peixe, deve se ensinar a pescar”. Pode-se ir mais longe. No caso do Brasil, as pessoas já sabem pescar, o que é necessário são as varas de pesca, os anzóis e as iscas. Pouco valor é dado ao que não é conquistado e uma vez que o governo lhe dá esmolas, para que tentar melhorar a si mesmo? A maioria das famílias assistidas pelo programa está na região nordeste que é assolada pela seca, o que foi e continua sendo a causa do êxodo e da favelização das grandes cidades do sul e é de onde, a propósito, veio nosso presidente. Esta região poderia desenvolver-se e até mesmo transformar-se numa nova fronteira agrícola eis que não muito distante está a maior bacia hidrográfica do planeta. É perfeitamente viável a construção de aquedutos para trazer água dos caudalosos rios da região amazônica. O problema com este tipo de projeto é que demora muito para produzir dividendos políticos.

O presidente Lula, aparentemente, tem boas intenções e o câncer que usualmente, contamina os políticos não o contaminou, apesar de ele estar no mundo da política há muito tempo. Talvez ele realmente queira ajudar as pessoas mais necessitadas levando-se em conta seu passado como vítima da fome e da incompetência administrativa dos governantes, contudo, não se sabe como seria o Brasil de Lula, pois desde que assumiu a presidência, é seu partido político que governa e, seus integrantes, aparentemente, foram contaminados pelo câncer da política, pois costumam fazer quando estão no governo muitos dos atos que condenavam quando eram oposição. Além disso o governo é incompetente pois, com exceção da economia, todos os setores da atividade governamental estão em paralisia, embora o Ministro Chefe do Gabinete Civil José Dirceu não goste desta palavra. Talvez estagnação soe melhor. Também visando o não comprometimento do acordo com o FMI, é mais importante manter-se o superávit primário em um nível satisfatório que se investir em educação, saúde, infra-estrutura, etc... Lula é somente um fantoche e, uma vez que não tem nada mais interessante para fazer em Brasília, ele gasta seu tempo no cargo, viajando pelo país e pelo mundo ou inaugurando algo. Duas coisas são indispensáveis: um palanque e um microfone.

De qualquer forma, seria muito bom que os líderes do mundo considerassem a proposta de Lula. No entanto, isto é tão improvável quanto um aperto de mãos entre Osama Bin laden e George Bush. Ao menos parece que dois líderes do primeiro mundo o espanhol Jose Luiz Zapatero e o francês Jacques Chirac estão levando esta proposta a serio. A propósito a despeito da improbabilidade da execução do plano, é de se admirar que organizações como a Igreja Católica não emprestem seu prestígio a proposta. Somente os crucifixos e os anéis de ouro dos cardeais poderia alimentar toda uma cidade por um ano.

Jose Schettini Petrópolis RJ BRASIL

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