É este o balanço do início do ano lectivo mais caótico de que há memória: faltam cinquenta mil professores nas escolas, mas, ao mesmo tempo, os recreios estão cheios de alunos que não têm ninguém para lhes dar aulas.
Todas as promessas do Governo nesta matéria foram sendo sucessivamente adiadas, só assim sendo possível que as aulas comecem sem que seja conhecida a lista de colocação de docentes dos Quadros de Zona Pedagógica e não se tenha ainda, sequer, iniciado o processo de colocação dos professores contratados.
Contrariando uma prática de há muito instalada, nem o primeiro-ministro nem a ministra da Educação participaram no início do ano lectivo. Não dispõem de agenda, diz o Governo, reconhecendo assim que nunca acreditaram nas promessas que ambos fizeram no Parlamento de que todos os problemas seriam resolvidos em tempo e que as aulas começariam sem problemas no dia 16.
Prazos adiados; listas erradas; ordens de tribunais que não são cumpridas; aulas que começam sem professores; escolas sem horários e directores de turma; professores sem conhecer o seu futuro. É este o legado do Governo PSD/PP na Educação: o maior exemplo de incompetência e irresponsabilidade política de que há memória. Importa, pois, conhecer, em tempo, os resultados da auditoria solicitada pelo Ministério da Educação à Inspecção-geral das Finanças e não, como pretende o Governo, em Novembro. O Bloco de Esquerda apresentou hoje um requerimento solicitando a presença, com carácter de urgência, da ministra da Educação no Parlamento, para prestar todos os esclarecimentos a que hoje fugiu e para apresentar as conclusões da referida auditoria ao processo de colocação de professores. A importância da matéria assim o exige.
Daniel Oliveira
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