Numa iniciativa inédita do Governo Federal, cerca de dois milhões de estudantes de todo o país terão sua capacidade esportiva avaliada pelo programa "Talento Esportivo na Escola". Com esse objetivo, o Ministério do Esporte promoveu, neste domingo (5), o "Dia da Descoberta do Talento Esportivo", quando professores de educação física avaliaram cerca de cem mil estudantes de ambos os sexos da rede pública e particular, com idades entre 10 e 15 anos, com aptidão física para a prática esportiva e que apresentem níveis de desempenho esportivo superiores à média da população.
O objetivo geral da programação, que continuará durante todo mês de setembro, será a criação de um cadastro nacional, chamado de Banco de Talentos, que estará aberto à consulta do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e de outras instituições interessadas em formar novos atletas nas mais diversas modalidades. Na implementação completa do programa, esse mês, o Ministério do Esporte espera poder avaliar perto de dois milhões de estudantes e cadastrar pelo menos 40 mil alunos de destaque esportivo para "aumentar a base de atletas" no Brasil. Os alunos vão passar por exames de estatura, envergadura, flexibilidade, força, resistência, agilidade e velocidade - e por meio dessas avaliações serão também detectados os talentos específicos, dentre os que demonstrarem aptidão física, para determinados esportes.
A iniciativa está sendo coordenada pela Secretaria Nacional de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, que resume o objetivo geral do "Dia da Descoberta do Talento Esportivo" como uma ação "com a finalidade de identificar jovens e adolescentes matriculados na rede escolar (pública e privada), que apresentam níveis de desempenho motor compatíveis com a prática de esporte de competição e de alto rendimento". Outra preocupação é identificar o esporte certo para cada estudante, de modo a reforçar seu potencial competitivo sem que um determinado estudante seja encaminhado a praticar uma atividade esportiva não compatível com suas condições e talento.
Dados do Ministério do Esporte dão conta de que o Brasil é formado por um contingente de aproximadamente 34 milhões de jovens, com idades entre 16 e 24 anos. Todavia, o número de atletas filiados às diversas federações e confederações esportivas não chega a cem mil. Fatores os mais diversos contribuem para esse reduzido número, dentre os quais estão a situação econômica da família ou do praticante da modalidade esportiva, número reduzido de equipes de alto rendimento, locais inadequados para treinamento e falta de oportunidade para que a criança ou o jovem descubra em qual modalidade esportiva ateria melhores condições para o desenvolvimento do seu potencial.
Todos os dados do Banco de Talentos serão colocados à disposição por meio do cadastro nacional, que se constituirá em uma fonte permanente de consulta para clubes, associações atléticas, federações e confederações nacionais. Todos os jovens que não forem convidados a integrar equipes esportivas em curto espaço de tempo terão suas informações atléticas registradas nesse Banco de Talentos, disponibilizados por meio eletrônico, para consultas, a qualquer tempo, por todas as entidades esportivas nacionais.
Essa iniciativa do Ministério do Esporte se insere dentre as várias atividades que vêm sendo desenvolvidas na gestão do ministro Agnelo Queiroz e que se traduzem em políticas públicas de incentivo ao esporte - como, por exemplo, a Lei Agnelo/Piva, que destina 2% dos recursos arrecadados pelas loterias federais às entidades que tratam do esporte amador no Brasil. Ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) serão destinados 85% desses recursos, que serão distribuídos da seguinte maneira: 10% para o esporte escolar; 5% para o desporto universitário; 30% para o próprio orçamento do COB; e 60% repassados para as confederações e que representam um fundo de reserva para gastos extras das confederações ou do próprio COB. Nessa divisão de recursos das loterias federais, 15% ficarão para o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), que prepara os atletas brasileiros da modalidade para participar das Paraolímpiadas de Atenas, entre 17 e 28 de setembro - serão 98 atletas de 13 modalidades que participarão desses jogos.
O governo também aposta na Lei de Incentivo Fiscal ao Esporte - redução no imposto de renda das empresas que apoiarem projetos esportivos. O projeto de lei com esse objetivo deve ser encaminhado nos próximos dias ao Congresso Nacional pelo Presidente da República. A futura lei visa incentivar todos os segmentos do esporte, como os de competição, de base, de participação educacional e atividades esportivas de cunho social.
Outro meio de incentivo é a lei da Bolsa-Atleta, que beneficia esportistas de competição que não possuem patrocínio. A lei prevê bolsas, que começarão a ser conferidas a atletas a partir de janeiro de 2005, representando um salário mensal entre R$ 300 e R$ 2.500.
O governo dispõe ainda do Programa Segundo Tempo, que hoje possibilita o acesso de cerca de 800 mil estudantes da rede pública de ensino a práticas esportivas. A ampliação do programa, que pretende atingir um milhão de crianças e adolescentes em 600 municípios do país, depende da adesão de novos parceiros com prefeituras e instituições não-governamentais e busca estender o tempo do estudante na escola, retirando-o de um convívio social muitas vezes adverso.
Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República
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