EXCLUSIVO: Bittar quer reverter desmonte na Saúde

Uma das desculpas mais comuns da atual gestão, segundo informa Bittar, é a suposta sobrecarga no setor de saúde gerada por pacientes de municípios vizinhos. “O [atual] prefeito, que está há mais de uma década administrando essa cidade, deveria ter organizado um consórcio para tratar da saúde da população do Grande Rio”, alerta. Bittar defende a união entre os prefeitos de todos os municípios do Rio para criar um programa de saúde integrado. “É preciso voltar a investir na rede pública, comprar medicamentos, revitalizar os postos de saúde e, sobretudo, investir no programa de Médico da Família, que está completamente abandonado”, afirmou.

O candidato petista também destaca sua intenção de estimular o desenvolvimento econômico do Rio, fomentanto o turismo e a geração de emprego e renda.

Bittar, que foi relator do Orçamento da União em 2004, afirma que o Rio foi financeiramente muito bem contemplado. “O Governo Lula vai investir R$ 540 milhões [no Rio] em diversas áreas.” Leia a íntegra da entrevista:

Por que o senhor é candidato à Prefeitura do Rio?

Sou candidato a prefeito do Rio porque boa parte da população se mostra descontente com a postura autoritária do atual prefeito, que há 12 anos está à frente da administração dessa cidade, revezando com seu ex-secretário de governo. O atual prefeito só pensa em obras, mas esquece o lado humano da cidade, especialmente a área da saúde, que foi submetida a um desmonte. Muitas das decisões, em meu governo, serão tomadas com a participação da sociedade organizada, que tem todo o direito de sugerir as prioridades para o Rio voltar a ser a Cidade Maravilhosa.

Quais as suas principais propostas para o Rio?

A prioridade é o desenvolvimento econômico do Rio. O nosso programa de governo prevê a criação de um ambiente seguro e propício aos investimentos na cidade para gerar emprego e renda. Este programa aborda as questões sociais, o resgate da cidadania, as tradições culturais e a solução para os problemas da saúde, educação, transporte público e segurança, que são os que mais afligem a população. Além disso, vamos dar atenção especial à área de turismo, um setor que pode gerar recursos para a nossa cidade o ano inteiro.

Como reverter a crise da saúde, que é tão grave no município?

Uma das desculpas do atual prefeito é a de que há uma sobrecarga no setor de saúde do Rio gerada por pacientes vindos de municípios vizinhos. Há muitos anos isso acontece, portanto, o prefeito, que está há mais de uma década administrando essa cidade, deveria ter organizado um consórcio, ou medida parecida, para tratar da saúde da população do Grande Rio. Os prefeitos de todos os municípios em torno do Rio deveriam se unir e criar um programa de saúde integrado. O pior é que a Prefeitura do Rio reduziu ainda mais as verbas com saúde, o que ocasionou corte de médicos e redução da compra de medicamentos. É preciso voltar a investir na rede pública, comprar medicamentos, revitalizar os postos de saúde e, sobretudo, investir no programa de Médico da Família, que está completamente abandonado.

Como deputado federal, o senhor foi relator do Orçamento da União de 2004. De que forma o senhor pôde ajudar o Rio?

O Rio de Janeiro nunca foi tão beneficiado pelo Orçamento da União quanto este ano. Durante a elaboração do Orçamento, realizei reuniões com as entidades empresariais e sindicais e procurei identificar os projetos de interesse do Estado. O Governo Lula vai investir R$ 540 milhões em diversas áreas. As obras e os preparativos relativos ao Pan-Americano também terão especial atenção da União. Até o final deste ano, reverteremos a trajetória de baixos investimentos que a União historicamente tem realizado no Rio de Janeiro.

A Segurança Pública é um dos grandes problemas do Rio. A prefeitura tem como ajudar a solucionar este drama?

A prefeitura pode fazer muito no que se refere à segurança da população. A nossa guarda municipal será tratada de maneira diferente, não vai ficar se confrontando com camelôs, como faz o atual prefeito, e colocando pânico na população que passa pelas ruas. A nossa guarda vai ser treinada e preparada para atuar em praças, parques e escolas para dar segurança à população, colaborando, assim, com a Polícia Civil e a Polícia Militar, que ficam livres para operações de maiores envergaduras. A guarda municipal também não pode ser uma empresa de direito privado, uma empresa de vigilância municipal. Ela deve ser transformada num serviço de carreira do município. Na minha administração, o guarda municipal vai passar a ser um servidor de carreira.

PT

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