Lula: Nova “geografia econômica” ganha impulso

A afirmação foi feita durante cerimônia em que recebeu o primeiro-ministro da Tailândia, Thaksin. O surgimento de uma “nova geografia” econômica, segundo Lula, reflete a forma dinâmica como as nações em desenvolvimento têm respondido às oportunidades abertas pela aceleração dos fluxos de comércio e investimento.

Como resultado, Lula apontou que, pela primeira vez, as trocas entre países em desenvolvimento já representam quase a metade de seu comércio total. “Brasil e Tailândia são um exemplo das possibilidades que esse fenômeno abre para as economias emergentes. Nosso comércio bilateral aumentou mais de 50% em 2003, alcançando US$ 855 milhões”, disse.

Sintonia de propósitos

Segundo Lula, a atuação de ambos os países no âmbito da UNCTAD aponta para uma sintonia profunda de propósitos: o anseio comum por desenvolvimento, liberdade, democracia e justiça social. “Foram esses os valores e aspirações que balizaram a Presidência tailandesa da UNCTAD”, destacou.

O presidente Lula adiantou a criação de uma comissão Mista Brasil-Tailândia para aprofundar acordos em comum. “A comissão, que acabamos de criar, sinaliza nossa determinação em tornar essa afinidade a base de um relacionamento fértil e duradouro”.

Lula disse também que os dois governos assinaram memorando de entendimento de financiamento comercial e um acordo fitossanitário. “Em conseqüência, estimula-se a exportação de carne e outros produtos agropecuários para a Tailândia e de produtos similares tailandeses para o Brasil”, disse o presidente brasileiro.

Lula “desafiou” os empresários brasileiros e tailandeses a incrementar ainda mais seus negócios, aproveitando os bons resultados da política macroeconômica adotada pelos dois países.

“A economia tailandesa tem demonstrado extraordinária recuperação desde a crise asiática, enquanto o Brasil definitivamente retornou, a partir deste ano, o caminho do crescimento sustentável”.

Desafio

Parte da resposta a esse desafio está no intercâmbio tecnológico em setores estratégicos, como produção de etanol, energia nuclear, tráfego aéreo e comunicações, ressaltou Lula.

“A recente venda de dois aviões da Embraer para a Tailândia é prova de que, também entre países emergentes, a tecnologia de ponta pode alavancar o comércio e a cooperação”.

O presidente reiterou a necessidade de acelerar o processo para criar zonas de livre-comércio abarcando todos os países emergentes. “Foi esse o sentido de minha proposta, na UNCTAD, de que reativemos as negociações do Sistema Global de Preferências Comerciais”.

“Criaremos, assim, uma “geografia econômica” mais democrática, cooperativa e humana, que permita aos países em desenvolvimento explorarem plenamente seu potencial de crescimento, sem rédeas ou entraves desnecessários”, apontou Lula.

Partido dos Trabalhadores

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