Uma revelação de que, de facto em Moçambique, a avalanche de emigrantes ilegais oriundos de diversos países africanos, principalmente da Nigéria, associada ao comportamento dos mesmos (salvo algumas excepções) preocupa seriamente a sociedade moçambicana, sobretudo porque da parte das autoridades, apenas se vê o fechar de olhos.
Em São-Tomé e Príncipe, este fenómeno não parece estranho. Os estrangeiros entram quando e como lhes convirem. Penetram facilmente aonde quiserem e satisfazem num ápice os seus desejos. Os nacionais não passam de uns pobres coitados aos seus olhos.
O artigo do semanário moçambicano, recordamos, data do mês de Abri, já lá vão dois meses. Mas pela sua pertinência, colocamo-lo à vossa disposição.
Acusa muitos nigerianos de comportamento inadequado, que nunca repetiriam nas terras de Obasanjo mas que conseguiram obter espaços valorosos à beira dos mercados e mercearias, e trabalham em detrimento dos nacionais. O artigo diz que há milhares de nigerianos por todo o país e controlam, de facto, o comércio. Pior, começa a aparecer gangs de crime organizado, controlados pelos nigerianos.
Em São Tomé e Príncipe não se assiste a um fenómeno semelhante? Longe dos contornos dramáticos referenciados quanto à realidade em Moçambique, as autoridades são-tomenses dirão que não se apercebem de que o país está sendo cada vez mais pejado de estrangeiros, nigerianos sobretudo.
Dirão que não se aperceberam de que, pela força do seu capital, eles os estrangeiros tendem a dominar tudo sob o olhar confuso da maioria dos cidadãos que se interrogam sobre o futuro dos são-tomenses e sobre a identidade sócio-cultural do país nos tempos vindouros?
Dirão que não se aperceberam de que, para arrendar, comprar, construir ou montar algum negócio, vai sendo cada vez mais difícil os nacionais encontrartem espaço.
Dirão que não conhecem essa triste realidade que envergonha e magoa os nacionais e prostitui o próprio Estado.
Porém, por mais vantahosas e históricas que sejam as relações entre os Estados, nenhum deve fechar os olhos perante o que estiver mal. Aliás, os próprios acordos de cooperação constituem instrumentos de diálogo por excelência (através de sessões de revisão) para se identificarem os males e corrigí-los.
Se as autoridades são-tomenses optarem por estar dse olhos fechados e fazer ouvidos de mercador, também em São Tomé e Príncipe a nigeriazação será de facto preocupante, se é que ainda não está. Porque nigeriazados já estamos sendo.
Vale prevenir que remediar.
Telmo TRINDADE Assessor da Imprensa Tribunal de Contas de São Tomé e Príncipe
Inocêncio COSTA PRAVDA.Ru Director Deptº: ÁFRICA
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